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Ulisses Jorge: um negro brasileiro com influência global no mercado do futebol; conheça a trajetória

Dono da UJ Football Talent, empresário venceu a pobreza e o racismo antes de se tornar o nome por trás das carreiras de mais de cem atletas

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Num país com pouquíssimos empresários e executivos negros em posições de destaque, Ulisses Jorge, de 39 anos, se tornou um dos raros nomes do universo business a contrariar as estatísticas. Natural de Itaboraí (RJ), cidade onde, segundo o IBGE, a pobreza incide sobre pelo menos 60% da população, o fundador da UJ FootballTalent trilhou um extenso caminho de superação desde que deixou a região metropolitana do Rio para se projetar internacionalmente, com atuação na elite do futebol brasileiro e europeu. Abaixo, está o passo a passo de Ulisses nesse caminho.

Hoje envolvido na articulação das carreiras de grandes nomes dos gramados (o maior deles é Éder Militão, do Real Madrid e da Seleção Brasileira), Ulisses se viu obrigado a deixar o município natal aos 12 anos para começar a lutar pelos primeiros sonhos que projetou para si. Começou a jogar nas categorias de base do Palmeiras, em São Paulo, movimento do qual se orgulha até hoje, uma vez que se tratou de seu primeiro contato com o esporte mais amado nacionalmente.

No comando, Ulisses encontrou Flávio Teixeira (apelidado de “Murtosa”), ex-assistente de Luiz Felipe Scolari que foi o responsável por aprová-lo no primeiro teste. Foi o primeiro “sim” conquistado pelo jovem que, daquela época até hoje, batalhou para se manter relevante para o futebol (apesar de não ter sido um ótimo jogador, conforme relata) e passar a figurar entre as grandes negociações da modalidade — a imprensa esportiva estimou, à época da contratação de Éder pelo Real, que o negócio teria movimentado cerca de 50 milhões de euros (ou R$ 215 milhões). Os êxitos ainda incluem o zagueiro Vitão, do Internacional; o extremo Davidson, do Wuhan Three Towns (China); o zagueiro Eric Pimentel, do Porto (Portugal); e um portfólio com mais de cem atletas, muitos deles negros e, além das categorias profissionais, atuantes nas bases (como Ulisses).

Um desses obstáculos na trajetória de Ulisses foi o racismo. Ainda na juventude, ele se lembra até hoje, ouvia uma ofensa em que era classificado como “dominó”: preto com tinta branca, por acessar espaços em que não era comum a presença de pessoas negras, como o próprio futebol. Ao lado de Ulisses para compartilhar experiências como essas e ajudar a driblá-las, estiveram a mãe e a irmã. A primeira, com a sensibilidade materna, sempre revoltada com o preconceito sofrido pela família. A segunda, graças ao sentimento de irmandade, sempre incentivou Ulisses a manter o foco e não se deixar abater pelas dificuldades.

E elas foram e ainda são numerosas: ele conta, por exemplo, que não é raro ser confundido com os próprios jogadores, uma vez que, em geral, os agentes dos esportistas são sempre brancos. O desconhecimento em relação à figura de Ulisses sequer se justifica: nome forte da área, ele tem forte presença nas redes sociais, com quase 50 mil seguidores, e, anualmente, promove ações sociais de destaque e uma festa de aniversário que reúne famosos do quilate de Regina Casé, Douglas Silva, Lore Improta, Léo Santana e L7nnon e autoridades como Joaquim Barbosa. Não é pouca coisa. 

Além do carinho da mãe e dos conselhos da irmã, Ulisses, que se mudou para Portugal quando ainda tentava decolar na carreira, contou com outro auxílio relevante. Em Lisboa, fez amizade com o empresário português Dionísio Castro, proprietário da antiga Castro Brothers, dedicada ao agenciamento de atletas e à promoção de eventos do futebol lusitano.

Convidado a trabalhar no escritório de Castro, à época, Ulisses não tinha recursos para investir numa empreitada própria, mas aproveitou todo o conhecimento e networking disponíveis para se transformar no profissional que, depois de seis anos, voltou ao Brasil para fundar a UJ FootballTalent, que, junto à presença expressiva no mercado, carrega as iniciais do fundador e proprietário.

Atualmente, Ulisses se divide entre o Brasil e a Europa, onde mantém escritórios, e é respeitado e influente no futebol a nível global. Ele tem um filho pequeno e é noivo da influenciadora Stephany Dias, com quem está sempre publicando registros nas redes sociais. Ao lado da amada, bem como dos jogadores que agencia, o brasileiro já rodou o mundo a trabalho, realizando, enfim, o sonho do menino que aos 12 anos deixou Itaboraí para vencer.

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