Bolsa usada é leiloada por R$ 55 milhões: entenda o que transformou uma Birkin em obra de arte

Na última terça (8/7), o mundo da moda parou diante de um momento histórico: a primeira Hermès Birkin, usada por Jane Birkin por quase 25 anos, foi leiloada em Paris, na França, por impressionantes €8,6 milhões (mais de R$ 50 milhões). A bolsa tornou-se a mais cara já vendida na história.

Não se trata apenas de um acessório de luxo. Trata-se do protótipo que deu origem a um dos maiores símbolos de status, exclusividade e desejo silencioso da moda contemporânea.

A história da Birkin começou em 1984, quando Jane Birkin, então ícone de estilo despretensioso, encontrou-se por acaso com Jean-Louis Dumas, CEO da Hermès, em um voo entre Paris e Londres. Jane comentou sobre a dificuldade de encontrar uma bolsa prática e elegante. Ali, em pleno avião, nascia o esboço da Birkin — desenhado por Dumas em um saco de enjoo.

A peça leiloada não é apenas um marco estético: ela carrega o desgaste natural do tempo, os rabiscos, as marcas de uso e até as iniciais “JB” gravadas — um lembrete de que o verdadeiro luxo é vivido, e não apenas exibido.

O leilão, realizado pela Sotheby’s, superou com folga o recorde anterior da Diamond Himalaya Birkin, vendida em 2022 por cerca de U$ 450 mil. Mas aqui, o valor ultrapassa o couro, a ferragem ou a exclusividade: é sobre memória, estilo e o impacto cultural de uma mulher que transformou o ordinário em extraordinário.

Jane Birkin faleceu em 2023, mas o legado da bolsa que leva seu nome permanece imortal. Em um mundo onde tudo é rapidamente descartável, a Birkin original nos lembra que estilo verdadeiro é aquele que resiste ao tempo — e às tendências.

Afinal, algumas bolsas não são apenas compradas, são conquistadas – e, hoje, eternizadas.