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Opinião: “Vale Tudo” tenta falar de tudo, mas não mergulha em nada

A última moda da autora Manuela Dias é inserir o doce morango do amor na novela das nove da Globo

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*As informações contidas neste texto são de responsabilidade dos colunistas e não expressam necessariamente a opinião do portal LeoDias.

Desde que assumiu o remake de “Vale Tudo”, Manuela Dias decidiu que atualizaria o clássico trazendo “temas contemporâneos”. E trouxe mesmo. Maternidade solo? Check. Meritocracia? Check. Racismo? Teve. Amor líquido, crise ambiental, neuroses de autoajuda? Tudo passou por ali. Mas quase nada ficou.

A crítica que tem crescido nas redes — e não sem razão — é que a autora está tratando pauta importante como acessório de figurino: bonito de ver, fácil de citar, raso de discutir. Os diálogos mencionam os temas, mas sem mergulhar. O texto às vezes parece que pegou a militância do X, colocou na boca dos personagens e foi almoçar.

Exemplo? Solange (Alice Wegmann) cogita maternidade após gravar um comercial com bebês fofos. Eunice (Edvana Carvalho) enfrenta racismo com uma única frase de indignação enquanto a narrativa já corre pro próximo barraco. Afonso (Humberto Carrão) vai descobrir uma leucemia em dois capítulos e meio. É como se tudo tivesse que ser dito com urgência, mas sem tempo de ser sentido.

A trama apresenta ainda personagens como Cecília (Maeve Jinkings) e Laís (Lorena Lima), ativistas ambientais e casal homoafetivo em processo de adoção. Mas esses temas aparecem como elementos decorativos da narrativa, quase sem desenvolvimento ou impacto emocional, virando checklist de contemporaneidade

Isso empobrece não só os temas em si, como também os personagens — que viram porta-vozes de tese de TCC, e não gente de carne, osso e contradição. “Vale Tudo” original era novela popular com consciência política, não panfleto. O remake, às vezes, tropeça justamente por tentar entregar os dois em cinco minutos de cena.

E quando tudo isso vira pano de fundo para colocar pautas como a do “morango do amor”, aí o risco é virar piada mesmo. E não pela ousadia — que sempre cabe na teledramaturgia — mas porque o contraste entre a tentativa de ser sério e o excesso de açúcar deixa tudo meio caricato.

O público não rejeita pauta séria. O que ele rejeita é quando ela vira só uma modinha. Por enquanto, “Vale Tudo” segue equilibrando memes e mensagens. Mas se quiser deixar legado — e não só GIF — vai precisar mergulhar com mais coragem e menos didatismo.

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