Trans de “Ilhados com a Sogra” tem irmã gêmea e fez transição de gênero aos 24 anos
Natural de Araraquara, em São Paulo, Miguel Filpi integra a Família Kashiura no reality da Netflix e tem 30 anos
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Participante da segunda temporada do “Ilhados com a Sogra”, da Netflix, o analista de dados Miguel Kashiura revela que é um homem trans no terceiro episódio do reality. Os outros participantes reagiram surpresos com a descoberta, mas a verdade é que Miguel – que usa o sobrenome Filpi fora do programa – divide sua história de transição de gênero nas redes sociais onde acumula pouco mais de 75 mil seguidores.
Natural de Araraquara, em São Paulo, Miguel tem 30 anos e mora com a namorada Camila, e com a sogra, Celina, há dois anos; participantes do reality ao seu lado. Ele tem uma irmã gêmea chamada Natália e, aos 5 anos, deixou a mãe de cabelo em pé ao dizer “eu sou um garoto e eu gosto de menina”.
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A família achou que era uma fase, mas ao conhecer Luca Scarpelli, um dos poucos youtubers que produzia vídeos sobre o universo trans, Miguel viu sua vida mudar. Ele estava em uma depressão e, após conversar com o novo amigo, passou três dias trancado em casa, pesquisando sobre transição de gênero e chorando. O ano era 2019 e dois anos depois, ele iniciou o seu processo.
“Quando uma pessoa faz uma transição de gênero, quem tá ao redor dela transiciona junto. Eu sabia que eu podia perder os meus pais pra sempre, que talvez eles não fossem aceitar a minha decisão. Só que eu tava tão feliz, eu tinha tanta certeza de que era a coisa certa, que nada, nenhum obstáculo ia me impedir de concretizar o meu plano. Eu passei 24 anos sendo triste e solitário. Não tinha sentido eu passar o resto da vida me sentindo miserável em função do que outras pessoas queriam pra mim”, contou ele ao podcast Plenae.
A terapeuta de Miguel resolveu chamar os pais e a irmã de Miguel no consultório para uma sessão em família. “A minha mãe só chorava, se lamentava que eu ia me mutilar. Quando a psicóloga perguntou o que o meu pai pensava sobre mim, ele respondeu que sentia decepção, que era um desperdício eu não poder engravidar. Ele disse que nunca me enxergaria como um filho. Foi difícil ouvir essas palavras, só que ao mesmo tempo eu pensava: ‘Meu pai e minha mãe nunca me aceitaram mesmo. Que se dane, eu vou em frente de qualquer jeito'”, continuou ele.
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