George Lucas, criador de “Star Wars”, lança museu dedicado à arte narrativa
Espaço reunirá obras icônicas e relíquias do cinema em Los Angeles
O criador de “Star Wars“, George Lucas, fez sua primeira e aguardada aparição na Comic-Con de San Diego neste domingo (27/7), surpreendendo os fãs ao anunciar a inauguração do Lucas Museum of Narrative Art para 2026, em Los Angeles. A notícia foi celebrada com entusiasmo por milhares de pessoas, que enfrentaram longas filas para assistir ao painel em que o cineasta falou sobre a nova empreitada.
Ao lado da esposa, a empresária Mellody Hobson, Lucas descreveu o projeto como uma homenagem à arte que conta histórias; tanto na forma clássica quanto na cultura pop. “Coleciono arte desde meus tempos de faculdade”, revelou o diretor de 81 anos. “São mais de cinco décadas reunindo obras que me tocam. Sempre acreditei que arte é sobre emoção, não sobre dinheiro. Não venderia nenhuma delas”.
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O museu, que o próprio Lucas define como um “templo da arte popular”, reunirá desde obras de mestres como Frida Kahlo, Jacob Lawrence e Norman Rockwell até ilustrações de artistas como Jack Kirby, Frank Frazetta e Winsor McCay. O acervo também contará com peças raras dos filmes “Star Wars” e “Indiana Jones”, além de esculturas, pinturas e artefatos que celebram a força da narrativa visual.
Durante o painel no famoso Hall H, Lucas refletiu sobre o papel das histórias em nossas vidas: “Quando você nasce, o ponto de referência é o medo. E à medida que você avança na vida, as coisas despertam curiosidade, especialmente aquelas coisas que você não entende e, por isso, representam uma ameaça para você. Como resultado, você cria histórias para se sentir melhor”.
A conversa contou com a mediação da atriz e cantora Queen Latifah e teve participação dos artistas Guillermo del Toro e Doug Chiang. Del Toro, diretor de “O Labirinto do Fauno”, exaltou a proposta do museu em tempos em que, segundo ele, a memória visual está sendo apagada.
O cineasta mexicano também criticou o uso de inteligência artificial como substituto para a criação artística. “A diferença é personalidade, conhecimento e emoção. São três coisas que têm que existir, e desculpe, elas não vêm em um maldito aplicativo”, declarou, sob aplausos do público.
A presença de Lucas foi considerada histórica pelos frequentadores da convenção, especialmente por ser a primeira em quase cinco décadas de existência do evento. Apesar de seus universos cinematográficos estarem no DNA da Comic-Con, o diretor nunca havia participado antes. Com cerca de 130 mil visitantes por edição, a Comic-Con de San Diego se encerrou neste domingo.
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