Mãe de Cazuza, Lucinha Araújo detalha sobre exposição em homenagem ao filho
Eterna guardiã da memória do cantor revelou detalhes íntimos da curadoria da mostra sobre o filho e diz guardar desde bilhetes até fantasias de Carnaval
A mãe do cantor Cazuza, Lucinha Araújo, abriu o coração ao comentar sobre a exposição em homenagem ao artista, que está em cartaz no Rio de Janeiro. Repleta de emoção, ela contou à repórter do portal LeoDias, Monique Arruda, que parte importante do acervo foi composta por itens pessoais que manteve guardados desde a infância do filho, falecido em 1990. “Essa exposição tem um ano e meio, só. Agora, as coisas dele guardo desde quando nasceu e ajudou muito o pessoal que fez a exposição. Mas ficou muito bonita, eu achei lindo! O quadro de fotos era da casa dele, eu guardei. Eu tenho uma casa onde nasci, lá em Vassouras, que é o centro cultural Cazuza. De um modo geral, as coisas dele eu guardo lá. Aquele quadro mandei vir de lá para a exposição aqui”, declarou ela.
Entre os objetos expostos, há fotos da casa do cantor, sua primeira fantasia de Carnaval e bilhetes deixados por ele. Um dos recados que mais marcaram Lucinha era o que Cazuza deixava ao passar em casa e pegar uma garrafa de uísque. O cantor escrevia em bilhetinhos: “Papai, peguei um Black de vocês” Segundo ela, guardou vários com o mesmo aviso, cada um com muito carinho. “É um filho único e esse é um traço de personalidade minha. Sempre guardei tudo dele e agora foi útil na exposição”.
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A mostra, segundo Lucinha, deve viajar por outras capitais brasileiras, começando por São Paulo, dentro de três meses. “Custa ser montada e demorou à beça aqui para ser montada”, comentou. A exposição é imersiva, com tecnologia e recursos de Inteligência Artificial. Além disso, segundo a organização, há um acervo inédito com fotos raras, objetos pessoais e relíquias de um dos maiores intérpretes da Música Popular Brasileira.
Mesmo com todo o envolvimento emocional na curadoria, Lucinha disse não ter uma peça favorita na exposição. “Quero ver devagar tudo, para curtir. Mas não tem nenhuma preferida. Ele é o meu preferido, meu filho único, então tudo que ele está é meu também”, afirmou, com ternura.
Lucinha também refletiu sobre o impacto duradouro da obra de Cazuza nas novas gerações. “Tenho noção de que gerações seguem acompanhando as músicas dele. Só espero que depois que eu vá embora ele continue aí agradando o público”, revelou ela.
Ao final da conversa, questionada sobre o esforço em manter viva a memória do cantor, a resposta de Lucinha foi direta e amorosa: “Ele não precisava disso não, mas faço questão de fazer”.
A exposição “Cazuza Exagerado” está aberta no teto do Shopping Leblon, no Rio de Janeiro, e foi lançada nesta quinta-feira (12/6). A homenagem procura levar o público a uma imersão na trajetória do ícone dos anos 1980. Com 1.200 metros quadrados de área construída, a mostra reúne manuscritos originais, figurinos, cartas, vídeos e entrevistas que percorrem desde a infância e os tempos na banda Barão Vermelho até sua consagrada carreira solo.
O projeto é uma realização da Hitmakers, com curadoria de Ramon Nunes Mello, e conta com o apoio da Sociedade Viva Cazuza. Lucinha Araújo, incansável guardiã do legado do filho, utilizou relíquias guardadas por décadas no Centro Cultural Cazuza para compor a exposição, que em breve seguirá para outras capitais.
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