Obras da Copa no México preocupam ambientalistas e país acende o alerta
País é anfitrião do torneio junto com os Estados Unidos e Canadá
Ativistas têm alertado sobre os impactos negativos que as obras de infraestrutura nas três cidades-sedes para a Copa do Mundo podem causar. De acordo com denúncias feitas nesta sexta-feira (27/9) pelo site “Mongabay”, as construções e outros planos para Cidade do México, Monterrey e Guadalajara estão sendo criticadas por ambientalistas e moradores.
Os habitantes da Cidade do México alegam que não foram consultados sobre a derrubada de árvores e novas estradas e edificações, que podem atingir o fornecimento de água. E as obras planejadas em Monterrey podem prejudicar uma área protegida de conservação de fauna e flora.
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Também existe a preocupação por parte de ambientalistas em Guadalajara de que a população seja afetada pelas construções, sendo que o estádio Akron fica perto da reserva de biodiversidade Primavera, onde foram avistados pumas nos últimos anos, a partir de 2017. A espécie foi considerada desaparecida do local nos anos de 1980.
“Algumas pessoas prefeririam que a Primavera não fosse mais uma reserva. Há muitos interesses econômicos, principalmente do setor imobiliário, com o objetivo de transformar a área protegida num parque urbano. Para pessoas envolvidas nesse negócio, seria melhor que os pumas não existisse”, afirmou ao “Mongabay” o coordenador da ONG Anillo Primavera, Pedro Alcocer.
O receio dos ambientalistas é que o entorno do Estádio Akron sofra o mesmo processo visto em Guadalajara na época dos Jogos Pan-Americanos de 2011. A vila dos atletas foi criada numa área importante para o sistema de água da região.
Já na capital do país, Cidade do México, a preocupação dos moradores é com a expansão do Estádio Azteca, palco da abertura da Copa do Mundo de 2026. Muitos assentamentos de povos indígenas habitam nessa área.
É planejado ao Estádio Azteca a construção de dois edifícios, de sete andares, para hotéis e escritórios, além de um estacionamento e shopping.
Segundo representantes de comunidades locais, nenhum deles foram consultados ou informados a respeito dos impactos ambientais devido a isso. O fornecimento de água na região já é precário, e agora aumentou o receio de que ele também seja afetado.
A Copa do Mundo é uma desculpa para promover construções. Estamos planejando protestos e ações legais para parar as obras”, disse Natalia Lara, ambientalista que vive próxima do Azteca.
O estádio BBVA, em Monterrey, será palco dos quatro jogos na cidade ao longo do torneio. Ele fica perto do Parque Rio La Silla, que é uma área de natureza protegida e também corredor para diferentes espécies de plantas e animais.
Ambientalistas, pesquisadores e residentes têm medo das construções por lá aumentarem o trânsito e consequentemente afetarem a preservação da fauna e da flora.
“Eles estão aumentando a rua que leva as pessoas do aeroporto ao centro. Também estão ampliando calçadas e ruas para pedestres, mas com o objetivo de se chegar ao estádio, não para melhorar a mobilidade do cidadão, o que é terrível. Acreditamos que isso só atende aos interesses econômicos da Copa do Mundo”, alertou o biólogo Antonio Hernandez.
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