Política “anti-woke”: Trump quer fazer times esportivos dos EUA a voltarem com nomes antigos
O presidente dos Estados Unidos chegou a ameaçar interferir na construção do estádio do Washington Commanders, ex-Redskins, da NFL (futebol americano)

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Donald Trump está atacando times esportivos que mudaram de nome para remover termos ofensivos aos indígenas. Ele ameaçou interferir na construção do novo estádio do Washington Commanders, exigindo que voltem ao antigo nome "Redskins". Trump também criticou o Cleveland Guardians (antigo "Indians") e seu dono. As mudanças de nome foram motivadas por protestos antirracistas e pressão de patrocinadores, mas se chocam com a agenda "anti-woke" defendida por Trump e seus apoiadores.
Nos últimos dias, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou uma ofensiva contra equipes esportivas do país. Entre seus principais estão o Washington Commanders, da NFL (futebol americano), e o Cleveland Guardians, da MLB (beisebol). As duas equipes trocaram de nomes nos últimos anos uma vez que se utilizavam de termos considerados racistas e desrespeitosos contra povos indígenas: “Redskins” e “Indians”. No entanto, o chefe do executivo norte-americano visa alimentar a agenda “anti-woke“, uma das principais pautas de seus apoiadores, e tem criticado os time e ameaçado interferências diretas.
Washington Commanders pode ter construção de estádio interrompida
Uma das mais recentes tentativas de interferência de Donald Trump foi acerca da construção do estádio do Washington Commanders, equipe localizada na capital dos Estados Unidos. O presidente dos EUA informou que poderia intervir no acordo para a construção do futuro estádio da equipe.
“Posso impor a eles uma restrição de que, se não mudarem o nome de volta para o original ‘Washington Redskins’ e se livrarem do ridículo apelido ‘Washington Commanders’, não farei um acordo para que construam um estádio em Washington”, disse Trump em suas redes sociais.
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O poder de intervenção do presidente do país sobre uma possível construção do estádio é limitado, mas em outras ocasiões já afirmou que o governo dos EUA deveria “assumir o total controle” sobre a capital, que tem governo próprio, mas não é considerado um estado autônomo do país.
Apesar de ser uma equipe da cidade, desde 1997, o Washington Commanders faz suas partidas a cerca de 20 km da capital, no distro de Landover, no estado de Maryland. Nos últimos anos, equipe chegou a um acordo com o governo local de Washington D.C, atualmente governado pela prefeita Muriel Bowser, democrata e ferrenha opositora do atual presidente, para construir um estádio no Distrito de Colúmbia até 2030.
Trump fez críticas a troca de nome do Cleveland Guardians e fez ataques ao dono da equipe
Em diversas oportunidades, o presidente Donald Trump fez críticas a troca de nome do Cleveland Guardians, antigo “Indians”. O chefe do executivo também chegou a promover ataques contra o dono da equipe, Matt Dolan, que foi senador do estado de Ohio entre 2017 e 2024 pelo mesmo partido do presidente: o republicano.
Segundo Trump, Dolan teria perdido eleições seguidas justamente pela troca de nome da equipe. O Guardians, no entanto, deixou claro que não pretende retornar ao nome antigo e que se colocará como um clube que “pensa no futuro”.
Termos racistas e agenda “anti-woke”
Em 2020, o Washington “Redskins” tomou frente e resolveu efetuar a troca de nome após efeitos dos protestos antirracistas após a morte de George Floyd. A troca se deu após grupos de investidores pressionarem patrocinadores do esporte no país como a Nike, Pepsi e a FedEx a incentivar o clube a mudar o nome.
O termo “Redskins” é, por muitas vezes, utilizado de forma preconceituosa para se referir a povos indígenas no país. A equipe ficou até o início de 2022 com o nome genérico “Washington Football Team”, quando no começo do ano a torcida elegeu o nome “Commanders” para se referir a equipe.
Tomando o exemplo dos Commanders, o Cleveland “Indians” anunciou ao fim de 2020 que trocaria o nome, uma vez que, assim como “Redskins”, o termo também é usado de forma perjorativa. A troca foi efetuada em 2022, com a mudança de logo, nome e “aposentadoria” de antigos mascotes que faziam referências a povos indígenas.
Ambos os movimentos foram criticados por parte do eleitorado de Trump, que tem como uma de suas bandeiras o movimento “anti-woke”, que contraria movimentos progressistas que visam diminuir comportamentos considerados preconceituosos na sociedade.
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