Presidente da liga espanhola nega que Espanha seja racista e diz que há “casos isolados”
Apesar de alegar que a Espanha não é racista, dirigente afirmou ter preocupação com o racismo
Javier Tebas, presidente da La Liga (Campeonato Espanhol), deu entrevista à ESPN e fez declarações polêmicas, afirmando ter tido “muito progresso” no combate aos casos de racismo que, em sua opinião, são “isolados” no futebol do país, apesar das frequentes denúncias de episódios de racismo contra Vini Júnior. O dirigente também foi questionado se a Espanha é um país racista, negando firmemente: “Não, absolutamente não”.
Apesar das afirmações, Tebas mostrou preocupação com os casos frequentes e disse que está sendo organizado uma “grande campanha contra o racismo” e que “não há mais cantos [racistas] no estádios”.
O racismo tem sido um problema frequente nos estádios espanhóis, sendo o último há menos de uma semana, onde a medida mais drástica foi tomada para o jogador ofendido, onde o senegalês Sarr foi multado por questionar torcedores que o insultaram, além de uma multa ao seu clube, o Sestao River, mandante da partida.
A Federação Espanhola de Futebol (RFEF) puniu também o Getafe, condenado a fechar parcialmente a arquibancada central por insultos racistas e xenofóbicos ao técnico do Sevilla, em partida do Campeonato Espanhol, há menos de uma semana.
Mais um “caso isolado”
Tebas já polemizou antes com suas declarações e acredita firmemente que os casos de racismo no futebol espanhol são pontuais, mesmo que estejam aumentando e não diminuindo nos últimos tempos.
O dirigente já entrou em embate com Vini Jr., criticando o jogador por declarações em que o brasileiro contesta a falta de ações punitivas da La Liga, após o caso de racismo mais famoso sofrido, em uma partida contra o Valencia. Tebas disse que o atleta não compreende as formas como a associação pode atuar para combater o racismo e defendeu a posição de empurrar para debaixo do tapete o racismo no Campeonato Espanhol:
“Nem Espanha, nem LaLiga são racistas. É muito injusto dizer isto. Denunciamos e combatemos o racismo com toda rigidez dentro das nossas competências. Esta temporada foram denunciados nove casos de insultos racistas (oito deles por insultos contra Vini Jr). (..) Sempre identificamos os infratores e levamos a denúncia aos órgãos legisladores. Não importa que sejam poucos, eles são implacáveis”, afirmou Tebas, na época.
Depois dessas polêmicas, Tebas pediu desculpas publicamente, disse que as palavras saíram no “calor do momento” e se reuniu com o embaixador brasileiro na Espanha. Meses depois, Vini voltou a ser vítima de racismo e ironizou: “Episódio isolado número 19″.
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