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Família de jovem morto em sítio de Marcelinho Carioca luta por indenização há 26 anos

O jovem Cristian, que na época tinha 17 anos, trabalhava no sítio de Marcelinho quando foi pisoteado por um dos cavalos de raça do jogador, no início de 1998

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          Um casal de idosos, Servio Machado e Pedra Batista, de 73 e 67 anos de idade, lutam na Justiça há 26 anos para serem indenizados pelo ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca, devido o falecimento de seu filho, Cristian, um jovem de 17 anos, que morreu no início de 1998 pisoteado por um cavalo de raça do ex-ídolo do Corinthians enquanto cumpria um serviço no sítio do craque. As informações são do colunista Diego Garcia, do UOL.

          O caso é pouco conhecido, mas até hoje segue tramitando na Justiça. Os pais do jovem morto foram à Justiça em julho de 1998, três meses depois de perderem o filho e venceram em todas as instâncias. A última delas foi há 15 anos, e desde então eles vêm tentando de todas as formas receberem o valor que teriam direito. Nesse meio tempo, o advogado principal morreu, e seu filho, Vitor de Camargo Holtz Moraes, passou a representá-los.

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          Leo Dias
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          Leo Dias
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          Reprodução/redes sociais
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          ROBERTO SUNGI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
          ROBERTO SUNGI/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

          A sentença original diz que Marcelinho contratou um menor de idade, inexperiente com animais e sem nível sócio cultural para realizar as tarefas às quais foi submetido. Nem a fazenda de Marcelinho possuía estrutura para criar cavalos, ou sequer seu gestor direto. O garoto recebia um salário de R$ 180 por mês para trabalhar no sítio.

          “O fato de amarrar a outra ponta na cintura demonstra inexperiência,acrescido ao nível sócio-cultural da vítima, fator a ser considerado, pois é notório que a falta de educação, a pobreza faz com que a pessoa não tenha um discernimento muito claro no tocante ao risco da atividade, devendo o empregador ser cauteloso ao designar certas tarefas, primando pelo treinamento e esclarecimento, o que não aconteceu”, disse o juiz.

          A condenação

          A Justiça entendeu que Marcelinho, apesar de não estar no local no momento do acidente e não ser quem ocasionou diretamente a morte do menino, causou sofrimento e dor à família de Cristian, por ser o dono do local e responsável por tudo que poderia acontecer. A capacidade financeira do então jogador e dos pais do garoto também foram levadas em consideração. Ele foi condenado, na ocasião, a pagar R$ 100 mil de indenização.

          Mais de 23 anos se passaram. Marcelinho conseguiu anos depois reformar a condenação para pagar metade do valor, depois sofreu nova derrota, e por quase uma década a ação ficou estacionada no Superior Tribunal de Justiça, que emperrou na hora de decidir se a briga deveria acontecer nos tribunais cíveis ou do trabalho.

          Por muitos anos, os advogados dos pais de Cristian também tentaram diversas vezes encontrar bens em nome de Marcelinho para penhorarem, mas foi em vão, fato que é comum em processos movidos contra o ídolo do Corinthians. 

          O ex-jogador jamais procurou o casal para prestar qualquer assistência ou fazer qualquer acordo. Servio se aposentou como coletor de lixo da Prefeitura de Itapetininga, e Pedra sobreviveu como trabalhadora doméstica. Eles criaram 10 filhos.

          O advogado Vitor de Camargo Holtz Moraes confirmou as informações ao colunista Diego Garcia, do UOL. Atualmente, segundo consta em informações nas mais de 1500 páginas do processo, a dívida está em mais de R$ 550 mil.

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