Juliana Didone afirma ter sido vítima de violência obstétrica em parto humanizado
Relato sincero da atriz revelou como o nascimento planejado se transformou em uma experiência de dor emocional

Atenção: a matéria a seguir traz relatos sensíveis de agressão e abuso sexual e pode ocasionar gatilhos sobre estupro, violência contra a mulher e violência doméstica. Caso você seja vítima deste tipo de violência, ou conheça alguém que passe ou já passou por isso, procure ajuda e denuncie. Ligue para o 180.
A atriz Juliana Didone compartilhou nesta segunda-feira (7/4) um relato envolvente que fez em entrevista à Veja sobre o dia em que planejou o parto humanizado da filha, Liz, de 7 anos, mas acabou se transformando em violência obstétrica.
Segundo a artista, a gravidez aconteceu quando ela tinha 32 anos, num período recheado de descobertas. Após pesquisar muito sobre tipos de parto, Juliana decidiu aplicar o parto humanizado e procurou uma especialista no assunto. O objetivo dessa assistência obstétrica é promover um ambiente acolhedor e seguro para mãe e bebê.
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Assim que começou a sentir contrações, a atriz entrou em trabalho de parto; e aí que a história começou a receber contornos inesperados: “A doula só chegou pela manhã, e a enfermeira, ao verificar minha baixa dilatação, simplesmente foi embora. Permaneci naquele estado, com dores intensas, assustada e sem compreender o processo. E a médica não aparecia. Na manhã seguinte, liguei para minha ginecologista pedindo para ir ao hospital, pois decidi pela cesárea. A equipe pedia calma, mas eu já estava exausta, ansiosa, sem dormir, sem forças. No hospital, aplicaram anestesia local para amenizar a dor, que durou do meio-dia às 21h. A equipe estava cansada, com uma pessoa dormindo no sofá. A situação estava fora de controle”, narrou Juliana na entrevista.
Em trabalho de parto já há dois dias, a médica decidiu usar um kiwi, dispositivo descartável usado para auxiliar no parto vaginal por meio de sucção. Ainda de acordo com Didone, colocaram um funk para “animar” o ambiente: “Para retirar minha filha, ela aplicou uma força descomunal no instrumento, com os pés apoiados entre duas camas e mais duas pessoas auxiliando. Dizia: ‘É um crossfit’, enquanto eu estava à mercê delas, manipulada de forma abusiva. Novamente pedi cesárea, e uma delas respondeu: ‘Você vai desistir?’. Senti-me ainda mais desrespeitada, até que o kiwi saiu com um pedaço de cabelo e sangue da minha filha”, explicou a atriz.
Sob estresse e dor, Juliana precisou lidar com os minutos finais do acontecimento sem o ex-marido, Flávio Rossi, que foi retirado da sala. Depois que sua mãe, Fátima Didone, foi atendida pela filha, a atriz recebeu um aviso enfático: “Você vai para a cesárea agora”.
As palavras da mãe, segundo Juliana, a fizeram sair de um estado de confusão mental e exigir uma cesariana, o que foi atendido. “Liz nasceu em 22 de abril de 2018 e ficou menos de um minuto comigo. Apenas quando retornou, viva e adormecida, consegui descansar um pouco daquela provação de 36 horas. Ela estava com ferimentos na cabeça, e eu me sentia culpada, temendo possíveis sequelas causadas por esse ‘parto humanizado forçado’. Nos primeiros 10 dias, levei a bebê a quatro pediatras diferentes. Precisava ouvir daqueles profissionais que ela não teria sequela. Passei por um longo período de negação, mas consegui superar com o apoio da minha família e com terapia. Não utilizei medicamentos; minha cura veio através da fala”, contou no relato doloroso.
De acordo com a Medicina, a violência obstétrica é uma situação abusiva que ocorre no contexto da assistência ao parto e ao período perinatal, caracterizado por práticas inadequadas, abusivas ou desrespeitosas por parte dos profissionais de saúde em relação às mulheres grávidas.
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