A máfia do Spotify: robôs criam e distorcem “sucessos”

Não é cenário incomum abrir o Spotify e encarar a playlist das 100 músicas mais ouvidas no Brasil e se espantar com faixas de artistas que pouco se escuta falar, ou músicas que, sinceramente, não são hits consolidados. Mas, afinal, como eles foram parar na área mais nobre do streaming? “Pagando”, talvez? 

Mas a resposta deixa de ser tão óbvia quando a operação envolve um esquema que movimenta muito dinheiro entre empresários e é sustentado por milhares de robôs. 

Os chamados “bots” são programas que funcionam como ouvintes fantasmas, programados a acessar músicas e aumentar os plays. Agora, imagine uma fazenda repleta deles. Esta é a magnitude da máfia.

Por que veio à tona agora? 

Há uma lista de cantores no radar do Spotify que tem errado a mão nos “empurrõezinhos” para se alavancar e estão na mira do streaming. Estamos falando de músicas que subiram 92 posições no Spotify do dia para noite, sem que a faixa ao menos seja de conhecimento popular. 

Ou uma música que permanece na mesma posição por tantas semanas consecutivas que espanta, ou ainda o mesmo artista que penetra no mesmo ranking diversas posições diferentes, com uma coincidência: sempre no topo.

Recentemente, o Spotify enviou cartas a alguns cantores e as punições começaram desde então: perfis deletados e músicas removidas da plataforma. O streaming artificial, como tecnicamente é chamado a prática do uso de robôs, configura fraude.

Se engana quem acha que o movimento seja amplamente utilizado por artistas independentes ou sem aderência ao mercado. 

A manipulação da audiência chegou a grandes nomes do cenário musical brasileiro que buscam catapultar as canções e tem gerado pânico generalizado no mercado. Em breve, o portal LeoDias lançará uma série de reportagens detalhando o modus operandi na “Máfia do Spotify”.

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