Justiça Militar exonera tenente acusado de matar o campeão de jiu-jitsu Leandro Lo
Os sete magistrados militares consideraram que o comportamento do oficial viola gravemente os princípios da atividade policial

O Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo (TJM-SP) determinou, por unanimidade, a exclusão do tenente Henrique Otávio Velozo da Polícia Militar. A decisão foi proferida nesta quarta-feira (18/6) e tira oficialmente do quadro da corporação o oficial acusado de assassinar, com um tiro na cabeça, o multicampeão de jiu-jítsu Leandro Lo durante um evento musical em São Paulo, em 2022.
Os sete magistrados militares consideraram que o comportamento do oficial viola gravemente os princípios da atividade policial. Segundo o TJM-SP, os atos de Henrique Otávio Velozo foram incompatíveis com a conduta exigida de um militar, considerados desonrosos e lesivos à imagem da corporação, do Estado e aos direitos humanos.
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A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou, em nota oficial, que a medida será cumprida conforme a determinação judicial. O processo administrativo foi aberto no fim de abril e tramitava em paralelo ao caso criminal que ainda aguarda julgamento na Justiça comum.
Inicialmente previsto para ocorrer em 22 de maio, o julgamento pelo homicídio foi adiado após um recurso apresentado pela defesa. A nova data está marcada para o dia 5 de agosto, às 10h, segundo o cronograma do Judiciário. Enquanto isso, Velozo permanece preso preventivamente no presídio militar Romão Gomes, localizado na Zona Norte da capital.
A defesa do tenente, representada pelo advogado Tiago Pereira Chambo de Souza, declarou que o processo na Justiça Militar apresenta, segundo ele, “uma série de ilegalidades” e que essas questões estão sendo levadas às instâncias superiores.
O assassinato de Leandro Lo
O crime aconteceu na noite de 7 de agosto de 2022, durante uma apresentação do grupo Pixote no Clube Sírio, na Zona Sul de São Paulo. Conforme apurado pela Polícia Civil, Henrique Velozo teria iniciado uma provocação ao grupo em que Lo estava e, após ser contido pelo lutador em uma tentativa de evitar uma confusão maior, sacou a arma e atirou à queima-roupa.
Testemunhas relataram que o policial se aproximou da mesa do atleta e de seus amigos, pegou uma garrafa de bebida sem autorização e provocou os presentes. Diante da situação, Leandro imobilizou o agressor e, logo em seguida, o soltou. Foi nesse momento que Velozo teria caminhado alguns passos e disparado contra o lutador.
Após o tiro, o tenente ainda teria chutado o corpo de Leandro caído no chão antes de fugir do local. Lo foi socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal Arthur Saboya, no Jabaquara, mas não resistiu aos ferimentos. Ele tinha 33 anos.
Apesar de estar preso há mais de dois anos e meio, Velozo segue recebendo salário da Polícia Militar. Isso se deve a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que impede o corte da remuneração enquanto não houver condenação definitiva.
A exclusão do tenente do quadro da PM representa um avanço no processo de responsabilização institucional, enquanto a Justiça comum se prepara para avaliar sua culpabilidade no assassinato de um dos maiores nomes do jiu-jítsu brasileiro.
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