Vulcão entra em erupção após terremoto na Rússia
O impacto do terremoto se espalhou para além das fronteiras russas. No Japão, quase dois milhões de pessoas receberam ordem de evacuação por conta do tsunami ocorrido após os abalos sísmicos

O forte terremoto de magnitude 8,8 registrado no Extremo Oriente da Rússia nesta quarta-feira (30/7) desencadeou uma série de eventos naturais preocupantes, incluindo a erupção do vulcão Klyuchevskoi, localizado na Península de Kamchatka. A informação foi divulgada pela agência estatal RIA, com base em um relatório do Serviço Geofísico Unificado da Academia Russa de Ciências.
A montanha, uma das mais ativas do país, começou a expelir lava incandescente, gerando um brilho intenso acima do vulcão e explosões perceptíveis a quilômetros de distância. A região havia sido abalada momentos antes por um terremoto de magnitude 8,8, que gerou uma série de alertas em todo o Pacífico.
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Apesar da força do tremor, as autoridades locais classificaram os danos como de alcance limitado. “Os sistemas de alerta funcionaram bem”, afirmou a presidência da Rússia, garantindo que o impacto foi contido. Até o momento, não há registro de vítimas fatais ou feridos graves em Kamchatka, segundo o governador Vladimir Solodov. No entanto, o serviço de emergência da região relatou um aumento expressivo nas chamadas, inclusive por “ataques de pânico”.
Oleg Melnikov, ministro da Saúde regional, destacou que houve alguns incidentes isolados durante o pânico da população: “uma pessoa, por exemplo, teria pulado da janela”.
Em Sakhalin, território que inclui as Ilhas Curilas, o governador Valery Limarenko confirmou que “não houve vítimas ou danos significativos”. Mesmo assim, o distrito de Severo-Kurilsky decretou estado de emergência, e mais de duas mil pessoas foram deslocadas para áreas elevadas.
A cidade costeira de Severo-Kurilsk foi parcialmente inundada por um tsunami, segundo o Ministério de Emergências da Rússia. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra prédios cobertos por água do mar e embarcações arrastadas pelas ondas. “Quase 300 pessoas foram retiradas do porto”, informou o serviço regional de emergência à RIA.
O Sindicato da Indústria de Viagens da Rússia estima que cerca de 8 mil turistas estavam na região de Kamchatka no momento do terremoto. Vários pontos turísticos, como os vulcões Gorely e Mutnovsky, e o cânion Opasny, foram fechados por precaução.
Efeito global: Japão, Américas e Ásia disparam alertas de tsunami
O impacto do terremoto se espalhou para além das fronteiras russas. No Japão, quase dois milhões de pessoas receberam ordem de evacuação por conta do tsunami. A Agência de Gerenciamento de Incêndios e Desastres acionou alertas em mais de 100 cidades costeiras, de Hokkaido até Okinawa. Aeroportos, balsas e linhas de trem foram temporariamente suspensos.
Nas redes sociais, vídeos mostravam sirenes ecoando pelas ruas japonesas enquanto a população buscava abrigo. A situação remeteu a lembranças do desastre de 2011, quando um terremoto e tsunami devastaram o nordeste do país.
Na América do Norte, o então presidente Donald Trump usou as redes sociais para alertar que “o alerta de tsunami também vale para a Costa Oeste americana e para o Alasca”, confirmando que ondas já haviam atingido algumas áreas. Oregon, Washington e São Francisco também estavam na rota prevista para as ondas.
Países como China, Canadá, México, Chile, Filipinas, Indonésia e Equador seguiram o mesmo caminho e emitiram alertas de tsunami. A Marinha do Peru passou a monitorar o nível do mar, e o Equador estima que ondas de até 1,5 metro cheguem às Ilhas Galápagos.
A ameaça de um novo desastre no Círculo de Fogo do Pacífico
A região afetada pelo tremor faz parte do chamado Círculo de Fogo do Pacífico, uma das zonas geológicas mais instáveis do planeta, onde terremotos e erupções vulcânicas são comuns. Este foi o tremor mais intenso registrado no mundo desde 2011, quando um abalo sísmico de magnitude 9,1 no Japão provocou um tsunami devastador e o colapso da Usina Nuclear de Fukushima.
Na ocasião, as ondas de até 45 metros invadiram a instalação e causaram o derretimento de três reatores, no maior desastre nuclear desde Tchernóbil, em 1986. Mais de 20 mil pessoas morreram ou desapareceram naquele episódio, e ao menos 100 mil ficaram desabrigadas.
Diante da nova ameaça, as autoridades japonesas decidiram evacuar temporariamente os trabalhadores da usina de Fukushima como medida de precaução.
A instabilidade continua sendo monitorada por equipes internacionais, que acompanham a movimentação das placas tectônicas e o comportamento do Klyuchevskoi, enquanto o mundo observa atento aos desdobramentos de mais uma crise natural no Pacífico.
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