Comandante da Marinha diz que só soube de plano golpista pela imprensa
Marcos Olsen, atual comandante da Marinha, afirmou ao STF que desconhece qualquer plano para impedir a posse de Lula

Durante depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (23/5), o almirante Marcos Olsen, comandante da Marinha, declarou que jamais teve conhecimento de articulações ou reuniões voltadas a uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Segundo ele, também não houve, em nenhum momento, qualquer ordem ou movimentação de blindados com a intenção de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo o portal CNN Brasil, ao ser questionado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, Olsen declarou: “Desconheço totalmente qualquer reunião com essa finalidade. Nunca tive ciência dessas conversas, tomei conhecimento apenas por meio da imprensa”.
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O almirante compareceu ao STF como testemunha de defesa do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, um dos réus na ação penal que apura a tentativa de ruptura institucional ao final do governo Bolsonaro. Garnier é acusado de colocar a força à disposição do então presidente Jair Bolsonaro (PL) para uma possível decretação de estado de sítio ou operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Antes de assumir o comando da Marinha, Olsen ocupava o posto de comandante de Operações Navais, diretamente subordinado a Garnier.
Durante a mesma sessão, também prestaram depoimento o senador Hamilton Mourão (Republicanos/RS), que foi vice-presidente no governo Bolsonaro, e o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo. A audiência com Rebelo foi marcada por tensão: o ministro Alexandre de Moraes ameaçou prender o ex-ministro por desacato, após ele afirmar que não admitia censura.
Mourão, por sua vez, negou envolvimento ou conhecimento de qualquer tentativa de golpe e chegou a responsabilizar o governo Lula pelos episódios de vandalismo em Brasília, ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023.
Os depoimentos fazem parte da fase de instrução do processo que apura a atuação do chamado “Núcleo 1”, grupo apontado como o centro da articulação golpista. Entre os réus, além de Garnier, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, além de Mauro Cid, Alexandre Ramagem e Anderson Torres. Todos tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em março.
Os depoimentos de testemunhas devem ocorrer até o dia 2 de junho. Após essa etapa, os réus serão convocados para interrogatório, ainda sem data definida.
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