Erika Hilton vai à ONU contra Trump após ter visto emitido com gênero masculino
A deputada federal esclareceu que seu visto anterior, tirado em 2023, estava com o gênero feminino
A deputada federal Erika Hilton (PSOL) ficou indignada com uma situação que está enfrentando após receber um visto dos Estados Unidos, onde foi identificada com o gênero masculino. A política declarou, em entrevista à Folha de S. Paulo, que acionará o país na ONU (Organização das Nações Unidas), para denunciar transfobia.
Inclusive, ela também considerou que a decisão desrespeita seus registros civis brasileiros, até porque seu visto anterior, de 2023, informava seu gênero como feminino. A parlamentar ressaltou que apresentou sua certidão de nascimento e o passaporte diplomático, onde está identificada como mulher.
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“Não se trata apenas de um caso de transfobia. Trata-se de um documento sendo rasgado sem o menor tipo de pudor e compromisso. Irei acionar o presidente [dos EUA] Donald Trump judicialmente na ONU e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Queremos que o Itamaraty chame o embaixador para dar explicações”, pontuou.
“Me senti violada, desrespeitada e senti as competências do meu país sendo invadidas por uma pessoa completamente alucinada, um homem doente que ocupou a presidência da República dos EUA e se sente dono da verdade. Meus documentos civis brasileiros foram desrespeitados”, acrescentou.
Erika Hilton desistiu de ir aos Estados Unidos no sábado (12/4), onde participaria de um painel na Brazil Conference. “Fiquei preocupada com o tratamento que receberia no aeroporto, das autoridades americanas, tendo em vista que o nome é feminino e o gênero descrito era masculino. Senti medo, para ser sincera. E não aceitei me submeter a esse tipo de coisa”, pontuou.
Erika Hilton afirma que não foi surpreendida com a decisão do governo de Donald Trump
A parlamentar publicou uma mensagem em sua conta no Instagram, onde esclareceu que já sabia que isso estava acontecendo com pessoas trans nos Estados Unidos. “Estão ignorando documentos oficiais de outras nações soberanas, até mesmo de uma representante diplomática, para ir atrás de descobrir se a pessoa, em algum momento, teve um registro diferente”, declarou Erika.
“E, se a embaixada dos EUA tem algo a falar sobre mim, que fale baixo, dentro do prédio deles. Cercado, de todos os lados, pelo nosso Estado Democrático de Direito. O que me preocupa é um país estar ignorando documentos oficiais acerca da existência dos próprios cidadãos, e alterando-os conforme a narrativa e os desejos de retirada de direitos do presidente da vez”, acrescentou a deputada.
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