Presidente Trump cogita deportação e corte de subsídios a Elon Musk
A relação entre os dois bilionários azedou de vez após críticas ao pacote fiscal proposto pela Casa Branca

O embate entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Elon Musk ganhou novos contornos nesta terça-feira (1º/7), depois que o chefe do Executivo da superpotência sugeriu que o país pode rever a permanência do bilionário sul-africano em solo americano, e ainda colocar sob análise os bilhões em subsídios públicos recebidos por suas empresas.
Durante uma entrevista na Casa Branca, ao ser indagado por uma repórter sobre uma possível deportação de Musk, Trump afirmou: “Não sei. Acho que vamos ter que dar uma olhada nisso”. Apesar de possuir cidadania americana, canadense e sul-africana, o CEO da Tesla e da SpaceX viu seu status no país ser colocado em xeque por seu ex-aliado político.
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A declaração ocorreu poucas horas depois de Musk, descontente com o gigantesco pacote de gastos defendido pelo governo, afirmar em seu perfil no X que criará um novo partido político, o chamado “Partido América”, se a proposta for aprovada pelo Congresso. Segundo ele, o projeto representa um “golpe” contra a responsabilidade fiscal e a liberdade individual. “Se esse projeto de lei de gastos insanos for aprovado, o Partido América será formado no dia seguinte”, publicou.
O ponto de atrito principal entre os dois é o chamado “One Big Beautiful Bill”, texto legislativo que prevê a elevação do teto da dívida pública em US$5 trilhões e o fim de incentivos para tecnologias sustentáveis. Musk foi um dos maiores críticos da proposta.
Por sua vez, Trump têm apontado que o bilionário está irritado porque sua montadora de veículos elétricos, a Tesla, seria diretamente afetada pelo fim dos subsídios. “Nem todo mundo quer dirigir um carro elétrico!”, ironizou o presidente, que apelidou as políticas ambientais anteriores de “mandato do carro elétrico”.
A tensão escalou a níveis ainda mais altos quando Trump resgatou o DOGE, o Departamento de Eficiência Governamental, órgão que Musk comandou no início do ano e que tem como função revisar e cortar gastos públicos. Segundo o presidente, o DOGE deveria ser reativado para reavaliar os recursos destinados às empresas de Musk.
A retaliação se deu também nas redes sociais. Em postagem no Truth Social, Trump insinuou que Musk só é bem-sucedido por conta do apoio estatal. “A maneira mais fácil de economizar bilhões e bilhões de dólares em nosso Orçamento é encerrar os subsídios e contratos governamentais de Elon Musk”, escreveu o presidente.
Musk também insinuou que o presidente estaria agindo por motivos pessoais, chegando a citar os arquivos do caso Jeffrey Epstein, numa publicação já apagada, e sugerindo que Trump estaria implicado de alguma forma. A acusação só contribuiu para acirrar ainda mais o embate público.
No passado recente, Musk era uma das figuras de confiança do governo. Ele foi nomeado por Trump como “funcionário especial” à frente do DOGE, com a missão de cortar US$2 trilhões em gastos. Deixou o cargo em maio, e embora tenha sido elogiado em sua despedida, o rompimento com o presidente se deu logo depois, quando Musk passou a atacar abertamente a nova política fiscal.
A crise entre o homem mais poderoso do mundo e um dos empresários mais influentes do planeta pode impactar diretamente os negócios de Musk. A SpaceX, por exemplo, tem cerca de US$22 bilhões em contratos com o governo federal, e o Departamento de Transportes regula a atuação da Tesla. Com a guerra de declarações, as ações da empresa já sofreram impacto: caíram quase 5% nas negociações prévias ao mercado nesta terça-feira (1º/7).
A ofensiva de Trump ocorre após semanas de trocas de farpas entre ele e Musk. Em uma recente visita do chanceler alemão à Casa Branca, Trump expressou desapontamento com as críticas do ex-aliado. Musk rebateu com firmeza: “Sem mim, Trump teria perdido a eleição”.
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