“Respeito é bom e a gente gosta”, diz Lula em resposta à taxação de Trump
Lula exigiu respeito ao Brasil após Trump ameaçar taxar integrantes do Brics; “Cada país é dono do seu nariz”, disse Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu, nesta segunda-feira (7/7), as falas e a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de taxar em 10% os países integrantes do Brics. “Eu acho muito equivocado e muito irresponsável um presidente ficar ameaçando os outros em redes digitais. Tem que aprender que respeito é bom e a gente gosta de dar e a gente gosta de receber. Cada país é dono do seu nariz”, disse Lula.
A fala de Lula foi durante entrevista coletiva no encerramento do encontro do Brics, no Rio de Janeiro.
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No domingo (6/7), o presidente Donald Trump anunciou nas redes sociais taxar em 10% os produtos fabricados pelos países membros do Brics que entrarem nos Estados Unidos. O anúncio de Trump foi logo após a divulgação da Declaração do Rio de Janeiro.
A declaração do Rio prevê o trabalho conjunto dos países membros do Brics no fortalecimento da Organização das Nações Unidas (ONU), e do respeito ao direito internacional. O documento rechaça as ações unilaterais por parte de governos que enfraquecem o sistema global, como a taxação de produtos do mercado internacional adotada por Donald Trump nos Estados Unidos.
Em um trecho do documento, os países do Brics expõem preocupação com as políticas de taxação: “Elas (taxas) distorcem o comércio e são inconsistentes com as regras da Organização Mundial do Comércio”, diz a declaração.
Em resposta aos termos acordados pelo Brics, Trump foi categórico: “Não haverá exceções a essa política”, escreveu nas redes sociais. Ele foi além e prometeu taxar os países do Brics “que se alinharem às políticas antiamericanas”, afirmou.
A China afirmou que “o uso de tarifas não serve a ninguém e se opõe à prática como ferramenta de coagir outros países”.
A Rússia rebateu as falas de Trump exaltando a atuação do Brics “com as abordagens e visões de um mundo comuns e de cooperação”.
Já a África do Sul acrescentou que o Brics deve ser visto como um movimento em favor do “multilateralismo reformado e nada mais”.
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