STF coloca Braga Netto e Cid frente a frente para esclarecer pontos de plano golpista
Confronto direto entre os dois militares marca reta final do processo sobre os atos de 8 de janeiro

O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza na próxima terça-feira (24/6) uma acareação entre o general da reserva Walter Braga Netto e o tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) e hoje é delator no caso. Eles serão ouvidos juntos para esclarecer diferenças nos depoimentos prestados durante a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.
A acareação foi marcada pelo ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do processo no STF. Esse tipo de procedimento está previsto em lei e serve para esclarecer contradições entre o que duas pessoas disseram separadamente. Agora, elas ficam frente a frente e são novamente questionadas sobre os pontos em que deram versões diferentes.
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A primeira contradição envolve uma reunião realizada em novembro de 2022, na casa de Braga Netto. Mauro Cid afirmou que, nesse encontro, foi discutido um plano chamado “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o monitoramento de autoridades e, segundo a Polícia Federal, mencionava até mesmo ações violentas contra figuras públicas, como o próprio ministro Moraes.
Cid contou ainda que foi retirado da reunião por Braga Netto quando começariam a tratar de “medidas operacionais”, sugerindo que algo mais sério seria discutido. O general nega que esse plano tenha existido e afirma que essa conversa não aconteceu.
O segundo ponto envolve uma suposta entrega de dinheiro em espécie. Segundo Cid, Braga Netto lhe entregou uma caixa de vinho contendo dinheiro que seria usado para financiar atos antidemocráticos. O destino do valor seria o major das forças especiais do Exército, conhecido como “Kid Preto”. A defesa do general nega qualquer envolvimento com esse repasse.
Detalhes da acareação
Como Braga Netto está preso desde dezembro por suspeita de atrapalhar as investigações, o ministro Moraes determinou que os advogados informem todos os detalhes sobre sua viagem para Brasília, como horários de voo e local de hospedagem, para garantir a organização e segurança do procedimento.
Além dessa acareação, está previsto para o mesmo dia um encontro entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes. A defesa de Torres quer esclarecer pontos do depoimento de Freire Gomes, que o relacionou a reuniões com conteúdo golpista.
Processo entra na fase final
Essas acareações fazem parte da reta final da investigação. Depois disso, será a vez de defesa e acusação apresentarem seus argumentos finais, o que deve durar até 15 dias. A partir daí, o caso pode ir a julgamento na Primeira Turma do STF, formada pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
Além de Braga Netto, Cid e Torres, também são réus no processo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras quatro pessoas. Eles são acusados de crimes como tentativa de golpe de Estado, formação de organização criminosa, ameaça grave e destruição de patrimônio público.
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