Aumento nas vendas de sachês de nicotina divide opiniões de especialistas nos EUA
Nova febre entre jovens, os sachês de nicotina prometem substituir cigarro e vape com mais discrição e sem fumaça
Eles prometem os “benefícios” da nicotina, mas será que entregam sem riscos? Os chamados “nicotine pouches” viraram sensação nos Estados Unidos. Mas enquanto alguns especialistas enxergam uma alternativa para abandonar o cigarro, outros alertam para um novo vício em formação. O portal LeoDias te conta tudo sobre esse fenômeno.
O que são os sachês de nicotina?
Apesar de viralizarem agora, os sachês de nicotina não são uma novidade. Desde os anos 2000, eles já apareciam na “boca do povo”, mas foi a partir de 2021 que as vendas dispararam. O produto, colocado entre o lábio ou a bochecha e a gengiva, permite que a nicotina seja absorvida pela corrente sanguínea por meio das membranas da boca.
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Com vendas estimadas em US$3,95 bilhões em 2024 e projeção de atingir US$49,54 bilhões até 2033, segundo dados da Research and Markets, o mercado segue em plena expansão. Além do crescimento nos números, as marcas têm investido em sabores variados e campanhas publicitárias com influenciadores digitais nos EUA.
Como funcionam?
Os sachês são comercializados, geralmente, em latas com 15 a 20 unidades e diferentes concentrações de nicotina. Uma marca, por exemplo, oferece opções com 3 mg ou 6 mg por sachê, enquanto outra chega a disponibilizar versões com até 13 mg. O tempo de uso na boca varia entre 15 e 45 minutos, o suficiente para sentir os efeitos da substância.
Embora sejam vendidos como uma alternativa “menos prejudicial” ao cigarro, por não conterem tabaco nem exigirem combustão, os sachês também acendem alertas de saúde pública. Nos EUA, o número de jovens utilizando o produto aumentou, principalmente por sua fácil camuflagem, já que o sachê pode ser escondido na boca.
Debate entre especialistas
Um estudo de 2023, realizado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), mostrou que cerca de 1,5% dos estudantes do ensino fundamental e médio afirmaram ter usado sachês de nicotina nos últimos 30 dias. Meghan Morean, PhD e pesquisadora do Centro de Ciência Regulatória do Tabaco de Yale, destaca os riscos ocultos do produto.
Segundo Morean, embora os impactos de longo prazo ainda não estejam completamente mapeados, os sachês podem trazer danos à saúde bucal, além de funcionar como porta de entrada para o vício em nicotina e até outras substâncias. “Se alguém, incluindo uma criança, é novo no uso de nicotina, também sentirá uma onda”, afirma.
“Embora não seja tão comum agora, as sachês de nicotina estão por aí e as crianças estão usando. Elas podem não parecer perigosas, já que não produzem fumaça, mas sabemos que causam dependência e que a nicotina não é boa para o desenvolvimento do cérebro”, Morean reforça a preocupação com os jovens e descarta que os sachês sejam saudáveis.
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