Entenda os riscos da cirurgia íntima feita por médico que causou problemas em modelo
O portal LeoDias conversou com a ginecologista Fernanda Torras
O cirurgião plástico Willian Pires de Oliveira Junior, conhecido na internet como “médico das estrelas”, foi acusado de ter cortado o clitóris de uma modelo durante um procedimento íntimo. O portal LeoDias conversou com a ginecologista Fernanda Torras, que explicou como funcionam esses procedimentos e os riscos que eles podem causar.
Segundo ela: “As principais cirurgias íntimas são redução dos pequenos lábios de vulva, redução dos grandes lábios da vulva e cirurgia em pele que recobre o clitóris (capuz clitoriano), conhecidas como ninfoplastia e capuzplastia. Existem também cirurgias clitorianas que visam redução do clítoris ou fixação do mesmo, em casos de hipertrofia clitoriana (cirurgia procurada por mulheres com aumento de clitoris, natural da paciente ou por exemplo, após uso de anabolizantes). São procedimentos delicados que exigem técnica apurada e respeito absoluto à anatomia feminina”.
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Ela explica como as cirurgias são marcadas e o que acontece no pré-operatório: “Essas cirurgias podem ser realizadas em centro cirúrgico com anestesia geral e até em conjunto com outras cirurgias ou em centro clínico, com anestesia local e paciente acordada e participativa no procedimento. As pacientes participam do momento de marcação cirúrgica, onde mais uma vez é falado e demonstrados pontos de abordagem”.
“Muitas vezes o médico faz a sugestão de abordagem, mas em uma área que não é incômoda para a paciente, e evita-se então a abordagem, assim como os limites que o cirurgião deve dar, em expectativas irreais da paciente ou o pedido da mesma em retirar excesso de pele, que causará dano potencial futuro. No pré-operatório, a paciente deve ser bem avaliada e informada sobre riscos, limites a serem abordados e resultados. A assinatura do termo de consentimento informado é essencial, e nele é relatado o que foi acordado entre cirurgião e paciente em consulta”, continuou.
Fernanda fala sobre o procedimento e o que acontece após: “A ninfoplastia e capuzplastia geralmente não causam alterações na sensibilidade ou inervação clitoriana, com baixo risco em comprometer a função sexual da mulher. Já cirurgias em clitóris devem ser bem ponderadas e realizadas com profissional experiente, por maior risco de alterar sensibilidade. No pós-operatório, é comum sentir inchaço e desconforto, sendo importante o acompanhamento assim como os cuidados da paciente para uma boa recuperação”.
Ela continua: “Sangramento em pequena quantidade no pós operatório imediato e até 48 horas da cirurgia pode acontecer e o período de recuperação se dá entre 21 dias e 30 dias, para que a região esteja cicatrizada e a paciente possa ser liberada para a atividade física e sexual. Nessa fase de cicatrização, após o pós operatório imediato, dor intensa e sangramento intenso já não são comuns, nota-se o inchaço mas pouco incômodo nessa fase. O resultado final de uma cirurgia íntima é visualizado após 3 meses da cirurgia, onde se avalia a estética final, já sem qualquer possibilidade do inchaço e incômodo”.
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