Especialista avalia riscos de manter grávida com morte cerebral viva por aparelhos
Ginecologista analisa caso de grávida com morte cerebral mantida viva por aparelhos para salvar o bebê
Após ter morte cerebral, Joyce Sousa Araújo, de 21 anos, é mantida viva por aparelhos para salvar o bebê em um hospital próximo a Cuiabá, no Mato Grosso. Em entrevista ao portal LeoDias, a ginecologista e obstetra Dra. Renata Moedim analisou os riscos envolvidos e desafios éticos e médicos em situações como essa.
Renata explicou que casos como esse são extremamente raros. Ela destacou que o tempo máximo registrado em que uma pessoa com morte cerebral conseguiu manter a gravidez foi de dois meses. Apesar de ser um procedimento seguro, um dos maiores desafios é que não é viável levar a gestação até 38 ou 40 semanas.
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“O momento ideal para realizar o parto é exatamente após a sinalização anterior, então logo que a criança tenha maturidade pulmonar adequada e possa nascer com segurança. Se esse momento não for possível, nós temos que tentar levar o máximo possível”, a ginecologista explicou que a partir de 22 semanas já é um quadro favorável.
Além disso, Moedim destacou que a decisão sobre a continuidade da gestação em casos de morte cerebral cabe exclusivamente aos familiares, e os médicos possuem respaldo ético para levar a gravidez adiante até que o bebê tenha condições seguras de nascer, desde que a família esteja de acordo.
Por fim, a especialista explicou que os cuidados com o bebê são semelhantes aos de um recém-nascido prematuro, com exceção da questão da amamentação. Em relação à mãe, a decisão de desligar os aparelhos será tomada pela família após o nascimento da criança.
Em nota enviada ao portal LeoDias, a equipe médica da Santa Casa de Rondonópolis informou que a paciente, internada após ser diagnosticada com rompimento de aneurisma cerebral, permanece sob acompanhamento intensivo após o quadro evoluir para morte encefálica.
“Atualmente, a paciente permanece sob cuidados da equipe multiprofissional composta por médicos intensivistas e obstetras, com o objetivo de garantir as condições necessárias para o desenvolvimento do feto, dentro dos parâmetros éticos e científicos vigentes”, informaram.
“Ressaltamos que a situação está sendo conduzida com o máximo respeito à paciente, à família e aos preceitos legais e éticos que norteiam nossa atuação. Agradecemos a compreensão”, concluíram.
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