Tatuagem com anestesia: especialista avalia riscos após proibição do CFM
O Conselho Federal de Medicina vetou o uso de anestesia para procedimentos de tatuagem, exceto em casos com indicação médica para reconstrução

Nesta segunda-feira (28/7), entrou em vigor a proibição do Conselho Federal de Medicina (CFM) para o uso de qualquer anestésico — incluindo sedação, anestesia geral ou bloqueios periféricos — na execução de tatuagens estéticas. Em entrevista ao portal LeoDias, um especialista no tema orientou sobre os riscos do uso de anestesia em contextos não médicos.
Segundo o texto publicado no Diário Oficial, o uso de anestesia está autorizado apenas em casos de tatuagens com indicação médica em contextos reparadores, como procedimentos de reconstrução após cirurgias ou traumas, desde que reconhecidos pela literatura médica.
Veja as fotos
Para o médico anestesiologista Paulo Guimarães, a resolução representa uma medida de precaução diante de um cenário ainda incerto: “A pessoa se expõe a um risco teoricamente desnecessário, especialmente em algo que ainda não está bem definido pela medicina, como o uso dessas tintas e pigmentos. Em muitos casos, estamos falando de tatuagens extensas, que cobrem tórax e braços, e que exigem grandes volumes de pigmento. Não sabemos exatamente quais substâncias estão presentes nessas tintas — muitas contêm chumbo, cádmio e outros metais pesados — e como o organismo vai reagir a longo prazo”, declarou o especialista.
O profissional também destacou que o uso de anestesia deve estar restrito ao ambiente médico e a procedimentos com indicação clínica clara: “Não se trata de comparar a importância de uma tatuagem com a de uma cirurgia estética. A questão é que, do ponto de vista da segurança, ainda temos muitas incertezas. Por isso, considero a decisão do CFM acertada: é uma medida de cautela para evitar práticas que ainda carecem de respaldo científico”, completou Guimarães.
Com a nova norma, o CFM proíbe que médicos participem dessas práticas estéticas com uso de anestesia. Caso contrariem a norma, eles podem ser responsabilizados eticamente.
O objetivo é limitar o uso de anestésicos a casos estritamente médicos, reforçando que procedimentos como tatuagens não justificam, por si só, o uso de recursos que apresentam riscos à saúde quando mal administrados.
Alguns famosos aderiram a técnica antes mesmo da proibição. No ano passado, Rafaella Santos, irmã do jogador Neymar Jr., usou medicação para cobrir um desenho nas costas. O resultado foi publicado nas redes sociais da tatuadora.
Já MC Cabelinho, contou que se submeteu à anestesia geral para tatuar as costas inteiras: “Contratei uma equipe médica, fechei uma sala de cirurgia, os médicos disseram que era possível e eu tomei anestesia geral, dormi por 8 horas, fiquei entubado, porque era nas costas. Tatuei as costas toda”, afirmou ele em entrevista ao programa “Na Piscina com Fê Paes Leme”.
O rapper Oruam revelou, no fim de 2024, que tatuou metade do corpo de uma só vez com o auxílio de anestesia geral. O tamanho da tatuagem e o relato chamaram atenção dos fãs nas redes sociais.
Fique por dentro!
Para ficar por dentro de tudo sobre o universo dos famosos e do entretenimento siga @leodias no Instagram.
Agora também estamos no WhatsApp! Clique aqui e receba todas as notícias e conteúdos exclusivos em primeira mão.