Prêmio Multishow promete abraçar o Brasil, mas escorrega nas falhas e no amadorismo

Na noite de terça-feira (7/11), mais uma edição do Prêmio Multishow foi ao ar. Neste ano, a promessa era celebrar e abraçar o melhor da música brasileira, mas a premiação se mostrou caótica e vazia, com deslizes e falhas técnicas inaceitáveis para o tamanho que se propõe.

A apresentação foi de Tatá Werneck, Tadeu Schmidt e Ludmilla. Desde o início, ficou evidente que a organização do evento estava longe do aceitável (para dizer o mínimo). Logo na primeira fala, o microfone de Tadeu Schmidt falhou, deixando uma impressão inicial desastrosa. A falta de preparação dos apresentadores foi clara (tá, nem foram todos), fazendo com que eles parecessem perdidos em meio ao caos técnico que se desenrolava no palco.

Um dos pontos mais criticados foi a qualidade dos microfones usados pelos vencedores durante seus discursos. O som era comparável ao das estações de rádio AM.

Além disso, os convidados que anunciaram os vencedores em algumas categorias pareciam estar lá sem preparo algum, como se tivessem sido jogados no palco com a orientação de “virem-se”, a exemplo de Valesca Popozuda e Tati Quebra Barraco. Tanto que não faltaram memes nas redes sociais, com comentários como “mais perdidas que tudo” e “parecendo aquela dupla que não estudou antes da apresentação no colégio e vai no improviso”.

A edição deste ano do Prêmio Multishow prometia abraçar o Brasil, mas na prática flertou com o amadorismo. As categorias com esta intenção parecem que foram jogadas de qualquer jeito lá, apenas para “cumprir cota”. A categoria “Brasil”, por exemplo, falhou em traduzir a diversidade e a força de cada indicado para o público brasileiro como um todo. A ideia de um artista por região foi louvável, mas ocorreu a falta de traduzi-la para o público do Brasil como um todo.

É gritante o quanto se faz necessário abrir um verdadeiro espaço para a música sertaneja e não apenas levar um ou dois artistas para cumprir cota. Reduzir o gênero, um dos mais consumidos do Brasil, a uma ou duas categorias, foi lamentável.

O lado “show” da premiação também desapontou. Os longos intervalos entre os anúncios e apresentações fizeram o ritmo do evento despencar, derrubando o fluxo e criando uma sensação de tédio para o espectador. Parecia que a equipe de direção de câmera não estava se esforçando para manter o público envolvido, deixando câmeras estáticas por longos períodos enquanto os artistas vencedores se dirigiam ao palco.

As apresentações, que costumavam ser o ponto alto da premiação, também sofreram um declínio notável. Faltou energia, ligação e empenho, faltou pegar o público de surpresa.

A falta de entusiasmo da plateia era evidente, e até mesmo os indicados não foram poupados de erros, com nomes aparecendo de maneira errônea, mostrando uma falta de atenção aos detalhes.

A chegada do Prêmio à TV aberta deixou muito a desejar. Parecia que o evento simplesmente foi transplantado da TV paga para a TV aberta sem adaptações significativas, como é feito com um filme da Sessão da Tarde, onde a fita é tirada da gaveta e jogada no ar.

No meio do caos, Tatá Werneck se destacou como o ponto alto da premiação. Ela conseguiu trazer frescor ao público ao brincar com situações que estavam em destaque nas notícias recentes, como a separação de Sandy, a polêmica na família Camargo, a traição sofrida por Luísa Sonza e brincou até mesmo com a diferença de idade entre ela e o marido, Rafa Vitti. 

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