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Rainha da Mangueira lembra confusão com antecessora Gracyanne

Evelyn Bastos conta que motorista não sabia que a rainha agora era ela

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Evelyn Bastos, hoje aos 29 anos, chegou ao posto de rainha de bateria da Mangueira há dez anos com a missão de substituir Gracyanne Barbosa, àquela altura uma das majestades mais famosas — e polêmicas — da folia carioca. A mulher de Belo havia ostentado a coroa diante dos ritmistas da verde e rosa no Carnaval de 2013 e, antes disso, em 2009 e 2010, sempre dominando as manchetes e as redes sociais. Com raízes na comunidade do Morro da Mangueira, na Zona Norte carioca, Evelyn, conta que, mesmo três anos após preencher a vaga de Gracyanne, ainda convivia com o “fantasma” da antecessora. Ela chegou a ser confundida com a modelo fitness.

“Teve um momento, um pouco antes do Carnaval de 2016 (quando a Mangueira homenageou Maria Bethânia), que me marcou muito”, relatou Evelyn num podcast do site especializado Carnavalesco, em setembro: “Eu estava dentro de um táxi, conversando com o motorista, e ele falou que adorava a rainha de bateria da Mangueira, a Gracyanne. Ou seja, na cabeça dele, a rainha ainda era Gracyanne Barbosa. Na hora, não corrigi, não falei que era eu. Porém, fiquei pensando, fazendo uma narrativa sobre aquilo na minha cabeça”. 

A partir do episódio, Evelyn explica que passou a refletir ainda mais sobre as dificuldades de reconhecimento diante das meninas de comunidade que são alçadas à rainha de bateria — a mãe dela já esteve no posto e a irmã, Emelyn, reina na escola Acadêmicos do Engenho da Rainha, que desfila na Série Prata, um dos grupos de acesso. “Me caiu uma ficha do quão difícil era para as meninas da comunidade fazerem com que as pessoas te reconheçam enquanto rainha de bateria de uma escola de samba (…). Me marcou muito”. 

Hoje, sete anos após a confusão, Evelyn avaliou no podcast que as celebridades escolhidas como rainhas “saíram de moda” e deram lugar a uma leva de beldades locais, cujas histórias são interligadas às das agremiações. Ainda assim, ela diz que as famosas são “bem-vindas” na Sapucaí, embora afirme que casos como o de Luma de Oliveira, um ícone do Sambódromo, dificilmente vão se repetir.

Luma, aliás, foi protagonista do “Encontro de Rainhas”, que Evelyn e a Mangueira promoveram antes do Carnaval de 2020, para reunir a realeza daquele ano. Gracyanne, cujos súditos à época eram os ritmistas da União da Ilha, fez questão de comparecer e foi recepcionada por Evelyn — o clima entre as duas é de paz e amor.  

Em 2024, a Mangueira de Evelyn será a quarta escola a cruzar a Sapucaí em 12 de fevereiro, a Segunda-feira de Carnaval. O enredo é “A Negra Voz do Amanhã”, sobre a cantora Alcione. 

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