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A ciência por trás do vilão: entenda o fenômeno da rejeição a Cucurella

Especialista em neurociência comportamental explica os mecanismos por trás da rejeição ao lateral espanhol, que se tornou um dos personagens mais polêmicos do futebol internacional

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A antipatia por Marc Cucurella, intensificada desde a Euro 2024, vai além do seu estilo de jogo combativo e provocações. Um neurocientista explica que essa rejeição se baseia no tribalismo humano, onde o cérebro identifica "inimigos" que frustram expectativas, como no caso de Cucurella, que não se encaixa na narrativa de herói. Sua linguagem corporal, interpretada como arrogante, reforça essa percepção negativa. As redes sociais amplificam o ódio com ciclos de validação e algoritmos que reforçam o viés de confirmação. No fim, Cucurella se torna alvo de frustrações e a rejeição vira um "esporte coletivo" online. Apesar do bom momento na carreira, o jogador carrega o rótulo de vilão, demonstrando que a aversão a ele é mais complexa do que apenas seu desempenho em campo.

          Marc Cucurella virou sinônimo de controvérsia desde a Euro 2024. Entre provocações, polêmicas e vaias, o lateral-esquerdo do Chelsea e da seleção espanhola acumula antipatia dentro e fora dos gramados. Seu estilo combativo, marcado por provocações a adversários e uma postura que muitos enxergam como arrogante, provoca reações acaloradas, especialmente entre torcedores brasileiros que acompanharam o Mundial de Clubes da Fifa.

          Para além das análises táticas e futebolísticas, existe um fenômeno psicológico mais profundo na rejeição que Cucurella provoca. O neurocientista Ricardo Ventura, especialista em comportamento e linguagem não verbal, conversou com o portal LeoDias para ajudar a entender por que algumas figuras do esporte viram alvos constantes do chamado “ódio gratuito”.

          Veja as fotos

          Ricardo Ventura, especialista em comportamento e linguagem não verbal/Reprodução
          Ricardo Ventura, especialista em comportamento e linguagem não verbalRicardo Ventura, especialista em comportamento e linguagem não verbal/Reprodução
          Reprodução/nstagram
          Marc Cucurella com a esposa e os três filhos na comemoração do título europeu da Espanha.Reprodução/nstagram
          Cucurella atuando pelo Chelsea contra o Palmeiras/Reprodução/Foto
          Cucurella atuando pelo Chelsea contra o Palmeiras/FotoCucurella atuando pelo Chelsea contra o Palmeiras/Reprodução/Foto
          Reprodução/nstagram
          Lateral do Chelsea com a família após o título da Conference League.Reprodução/nstagram

           

          O cérebro tribal e a necessidade de ter um “inimigo”

          Segundo Ventura, o ser humano é, essencialmente, tribal, e seu cérebro age para separar “os nossos” dos “inimigos”. “Quando um jogador frustra a expectativa — seja por um erro, uma postura que soa arrogante ou até pelo jeito de olhar — o cérebro ativa o modo caça às bruxas. A amígdala detecta ameaça, o córtex racionaliza: ‘ele é ruim, merece ser criticado’. E pronto: o atleta vira alvo”, explica.

          Ele reforça que o problema não é apenas esportivo: “Não é sobre futebol. É sobre o que ele representa. Aquele cara que não corresponde à narrativa de herói que o torcedor queria. E o ódio vira uma forma de manter o grupo unido, como se dissessem: ‘nós contra ele’”.

          Linguagem corporal e primeiras impressões

          Ventura destaca que o rosto e a postura física têm papel central nessas rejeições. “A gente julga alguém antes mesmo de saber o nome. O cérebro leva milissegundos para decidir se confia, se simpatiza ou se rejeita alguém. E isso é leitura não-verbal: expressão, postura, jeito de andar, até o estilo de comemorar”, pontua.

          No caso de Cucurella, traços mais fechados e uma postura que transmite arrogância, ainda que involuntariamente, reforçam a percepção de provocador. “Mesmo que ele jogue bem, já criou ranço porque a linguagem corporal dele não se conecta com a emoção que o torcedor espera. O cérebro não quer verdade… quer coerência emocional”, ressalta.

          Redes sociais: o combustível da rejeição coletiva

          A situação se agrava com as redes sociais, segundo o neurocientista. “Elas criam uma roda de dopamina coletiva. Você vê alguém sendo criticado, entra na onda, comenta, xinga, compartilha… e o cérebro te recompensa com sensação de pertencimento. ‘Tô com a galera, tô certo, tô dentro’”, frisa.

          O especialista lembra que os algoritmos reforçam o ciclo: “Mostram mais do que você já odeia. É o viés de confirmação automatizado. Quanto mais a figura vira ‘vilão’, mais fácil é apontar o dedo e se sentir moralmente superior.”

          Assim, o ódio a Cucurella e a outros atletas se transforma em espetáculo: “No fundo, não é sobre o jogador. É sobre a necessidade humana de ter alguém para culpar, projetar frustração e extravasar o que tá entalado. O julgamento vira entretenimento. E odiar vira um esporte coletivo — com replay, memes e torcida organizada. Como eu digo: ‘a internet é um bando de imperfeitos, buscando a perfeição do outro’.”

          Cucurella: vilão, protagonista ou ambos?

          Com tudo isso, a imagem de Marc Cucurella é marcada por dualidades. Reconhecido por sua entrega, intensidade física e consistência defensiva, o lateral vive um dos melhores momentos da carreira, mas convive com o peso do rótulo de “vilão” — especialmente após episódios marcantes como as vaias da torcida brasileira no Mundial de Clubes, as polêmicas contra adversários e as provocações públicas a outros jogadores.

          A ciência comportamental ajuda a explicar que a rejeição não nasce apenas dos lances ou da performance em campo, mas de uma complexa interação entre as expectativas coletivas, a percepção não verbal e os mecanismos de reforço social mediados pelas redes digitais.

          Neste domingo (13/7), na final do Mundial contra PSG ou Real Madrid, Cucurella terá nova chance de provar seu valor e, talvez, acalmar ou inflamar ainda mais as emoções que o cercam dentro e fora das quatro linhas.

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