Ciência e prevenção: entenda por que o Flamengo poupou Bruno Henrique e Luiz Araújo
Fisioterapeuta explica controle de carga e bastidores da decisão que dividiu opiniões antes de duelo contra o Atlético-MG pela Copa do Brasil

A decisão do Flamengo de vetar Bruno Henrique e Luiz Araújo para o jogo de volta contra o Atlético-MG, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, gerou surpresa em parte dos torcedores. Os dois atacantes não apresentaram lesões, mas foram submetidos a um controle de carga física pela comissão técnica. O objetivo, segundo o clube, é evitar problemas musculares diante da sequência intensa de jogos na temporada.
Para esclarecer como funciona esse processo, o portal Leodias ouviu o fisioterapeuta Bruno Wallace, que já trabalhou no Capital, do Distrito Federal, e é especialista em fisioterapia esportiva. Ele detalhou que a decisão de preservar atletas parte de um monitoramento rigoroso e de múltiplos profissionais, não sendo baseada apenas na vontade do treinador.
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“Eles controlam o volume de treino do atleta. Utilizam GPS para medir o quanto ele correu, o número de sprints e de frenagens. Há também exames de rotina, como de urina, para avaliar desgaste e desidratação, e testes de força muscular. É tudo muito técnico, ainda mais em um time como o Flamengo, onde é tudo científico. Não é nada da cabeça do treinador: quem decide é o departamento médico”, afirmou.
Quando estar “apto” não significa estar pronto
Bruno Wallace explica que, na prática, o termo “clinicamente apto” é mais restritivo do que parece. Um atleta preservado por controle de carga, segundo ele, não está em plena condição para competir em alto rendimento.
“Se ele é preservado, é porque não está clinicamente apto. As medições são feitas durante os treinos para entender o limite do corpo do atleta. Fisiologistas, médicos, fisioterapeutas, preparadores físicos e nutricionistas trabalham juntos para avaliar isso”, pontua.
O fisioterapeuta aponta que a fadiga muscular é o principal gatilho para lesões, e que a maratona de jogos no Brasil, com partidas duas vezes por semana e longas viagens, aumenta o risco.
“A maioria das lesões musculares vem da fadiga. Se o jogador está com a musculatura cansada e você coloca ele para atuar, a probabilidade de lesão é muito maior. E uma lesão muscular pode tirar o atleta por seis semanas. Perder um jogo por prevenção é muito melhor do que perder sete por lesão”, constata.
O cálculo de risco dentro da temporada
O especialista reforça que, embora a torcida enxergue o jogo isoladamente, a comissão e o departamento médico consideram o calendário como um todo: “Prevenir é muito melhor. Se fosse uma final, sem mais partidas depois, o risco poderia ser assumido. Mas em oitavas de final, se ele se lesiona, pode perder o resto da temporada. É colocado na balança o que é mais prejudicial: poupar agora ou perder por muito mais tempo depois.”
Segundo ele, essa análise não é feita de forma isolada por um profissional ou por desejo do treinador: “Acredito que seja uma decisão do departamento médico e não da comissão técnica. É uma avaliação conjunta, baseada em dados, e não em achismo.”
Mais do que uma escolha, uma estratégia
O caso de Bruno Henrique e Luiz Araújo ilustra uma mudança de paradigma no futebol moderno: a de que desempenho e saúde são geridos com base em ciência, e não apenas na disposição momentânea do atleta. Decisões assim, mesmo impopulares, fazem parte de um planejamento que considera toda a temporada e visa preservar o elenco para os momentos decisivos.
No campo da emoção, um desfalque pode soar como fragilidade. Mas, nos bastidores, pode ser exatamente o contrário: um passo calculado para manter a força do time por mais tempo.
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