Com falta de imagens, polícia e comitê interno investigam morte de piloto de 9 anos
O garoto argentino Lorenzo Somaschini sofreu um grave acidente durante os treinos da Honda Junior Cup e não sobreviveu aos ferimentos
A fatídica morte do piloto argentino Lorenzo Somaschini, de apenas 9 anos, balançou o automobilismo e, agora, está rendendo uma investigação pela Polícia Civil e pelo comitê interno da SuperBike Brasil, porém a falta de imagens estão prejudicando o trabalho das autoridades.
O garoto argentino faleceu na última segunda-feira (17/6), após não aguentar os ferimentos graves causados pelo acidente que sofreu nos treinos livres da Honda Junior Cup, na sexta passada, realizados no Autódromo de Interlagos.
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Sem imagens
A modalidade em que Lorenzo participava está integrada à SuperBike Brasil, que costuma transmitir todas as etapas da categoria, porém o treino livre em questão não estava sendo filmado.
Segundo Bruno Corano, organizador do evento e fundador da SuperBike Brasil, ainda não há uma resposta certa para a causa do acidente. Lorenzo sofreu uma queda de sua moto no “misto” do circuito, na curva do Pinheirinho, uma das mais lentas do traçado. Além disso, o garoto ficou dentro da pista, sem ter ido para a área de escape.
“Não temos imagens do tombo. O que a gente observa é que ele caiu praticamente depois de ter contornado o Pinheirinho. O tombo foi em baixa de velocidade, a saída da curva é o momento mais lento, é uma subida e a moto pouco arrastou, caiu de único lado. Temos pouca informação do acidente por não estar sendo gravado no momento. Foi uma queda dentro da pista, dentro do asfalto. Ele não saiu na área de escape”, detalhou Bruno.
Bruno relembrou que em 11 anos de carreira na motovelocidade, haviam sido registrados apenas três faturas leves na categoria para crianças e fez questão de ressaltar a infelicidade do ocorrido, afirmando ser uma fatalidade incomum:
“Tombos com essas características, ou até com velocidades maiores na Júnior, no histórico dos últimos 11 anos, nunca tivemos lesão séria e fraturas contamos nos dedos de uma única mão. Mais de 200 crianças, 50 etapas, 250 dias de atividade e a gente não chegou a ter até hoje nem quatro fraturas. São três pequenas fraturas, sem relevância”, completou.
Investigações
O comitê de segurança da SuperBike Brasil tem por protocolo avaliar toda ocorrência nas sessões de treinos e corridas, independentemente de ter ou não resultado em queda, para identificar as causas e buscar soluções por meio de ações mitigadoras. O acidente de Lorenzo já está sendo investigado.
A Polícia Civil periciou a moto e o episódio foi registrado como morte suspeita na 48ª Delegacia de Polícia (DP), localizada na cidade de Dutra, há cerca de 1 km do Autódromo de Interlagos.
Junior Cup
As motos usadas na categoria, segundo Corano, são as “mais fracas” da SuperBike Brasil, alcançando a velocidade máxima entre 120 e 130 km/h. Todos os participantes da Honda Junior Cup pilotam a Honda CG 160 Titan.
A Honda Junior Cup é uma “escola de pilotos” e recebe crianças e adolescentes entre as idades de 8 e 16 anos. Desenvolvida por Bruno em 2013, a categoria ensina técnicas de pilotagem e também auxilia no controle de emoções do piloto, disciplina e comunicação.
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