Conflito interno: Novo presidente do Flamengo tem transição travada por atual gestão
BAP, novo comandante do rubro-negro, está encontrando dificuldade para iniciar o processo de transição
O Flamengo terá Luiz Eduardo Baptista, o BAP, como novo presidente a partir de 1º de janeiro de 2025 e a transição não deve ser nada fácil. Candidato da oposição, o novo gestor já entrou em contato com o staff de Rodolfo Landim, atual mandatário, e o processo deve seguir a passos lentos.
BAP venceu a chapa da situação, que tinha Rodrigo Dunshee como candidato e o apoio de Rodolfo Landim. No total, BAP recebeu 1.731 votos, Dunshee 1.166 e Maurício Gomes de Mattos 363. Foram ainda 5 votos brancos e 7 nulos.
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Transição enrolada
Segundo o jornalista Venê Casagrande, a atual gestão rubro-negra não está muito disposta a iniciar o processo de transição, querendo adiar para depois da posse de BAP, no próximo dia 18 de dezembro.
Segundo o estatuto oficial do clube, não há nenhuma regulamentação que obrigue a atual gestão a adiantar a transferência do cargo para o novo presidente, mas é normal que os clubes adiantem a transição, já que o beneficiado com essa atitude é o próprio clube.
BAP, em contrapartida, está buscando adiantar o que consegue e já deu avisos. A chapa do novo mandatário emitiu uma nota oficial pedindo para que “evitem a assinatura de novos contratos ou a realização de alterações/renovações contratuais” até que a nova gestão comece seu mandato em 1º de janeiro de 2025. A intenção é evitar novos gastos no “apagar das luzes”.
Segundo BAP, contratos celebrados no intervalo entre as duas gestões podem ser revistos. Caso sejam considerados prejudiciais aos interesses do clube, podem até ser invalidados.
Segundo o jornalista Diogo Dantas, BAP se encontrou com o atual vice-presidente de futebol, Marcos Braz, no dia seguinte à sua vitória eleitoral para debater sobre a transição de gestões. Os dois foram flagrados em um restaurante na Barra da Tijuca, na última terça-feira (10/12).
Braz declarou que não pretende seguir no futebol do rubro-negro e aliados de BAP descartaram qualquer participação do atual diretor no futebol do clube em 2025.
Apesar disso, aliados de Landim revelaram que Braz teria combinado que ajudaria na transição antes da definição da eleição, em troca de não ser atacado e ter certa voz na passagem de bastão a BAP. Landim viu o movimento como uma traição ao derrotado Rodrigo Dunshee.
BAP foi por muito tempo aliado de Rodolfo Landim e iniciou o processo de rompimento justamente por divergências com Marcos Braz. A relação desmoronou de vez quando o atual mandatário escolheu Dunshee ao invés dele como candidato, e assim BAP se tornou oposição – o novo presidente rubro-negro expôs que tinha um acordo para ser o candidato da situação.
Veja nota oficial da chapa de BAP sobre a transição no Flamengo
“A nova gestão eleita para o Clube de Regatas do Flamengo nos próximos três anos, composta por Luiz Eduardo Baptista e Flavio Willeman será empossada no dia 18 de dezembro de 2024.
Estamos aguardando o início do processo de transição. Por isso, recomendamos fortemente aos fornecedores atuais ou potenciais novos fornecedores do clube que evitem a assinatura de novos contratos ou a realização de alterações/renovações contratuais até o início da nova gestão em 01 de janeiro de 2025. É importante destacar que contratos celebrados nesse intervalo poderão ser revistos e, caso sejam considerados prejudiciais aos interesses do clube, serão invalidados.
Contamos com a compreensão e o apoio de todos para garantir uma transição responsável e alinhada às boas práticas de governança”.
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