Crise no Corinthians: escândalo, afastamento, invasão, protesto e poder político em jogo
Caso de patrocinador derrubou presidente, mobilizou torcida e escancarou bastidores turbulentos no Parque São Jorge; clube enfrenta denúncias criminais, disputas internas e pressão por mudança no estatuto

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O Corinthians está mergulhado numa grave crise institucional e financeira. Uma investigação policial sobre um contrato de patrocínio recorde por suspeita de lavagem de dinheiro levou ao afastamento do presidente Augusto Melo. A situação se agravou com disputas internas, invasão de torcedores à sede do clube exigindo reformas no estatuto e investigação do Ministério Público sobre uso indevido de cartões corporativos por ex-presidentes. A crise afeta também o futebol, com jogadores como Memphis Depay protestando por atrasos salariais.
A turbulência que assombra os bastidores do Corinthians desde o fim de 2023 ganhou contornos ainda mais graves em 2025. O clube, que já enfrentava problemas financeiros, agora vive uma crise institucional sem precedentes, marcada por denúncias criminais, afastamento da presidência, invasões de torcedores e racha interno entre os conselheiros.
O que parecia ser um dos maiores trunfos da gestão Augusto Melo acabou se tornando o ponto de partida para a pior crise do Corinthians nos últimos anos. Em dezembro de 2023, o clube assinou com uma patrocinadora master, como o maior contrato de patrocínio da história do futebol brasileiro: R$ 360 milhões.

José Manoel Idalgo/ Agência Corinthians
Pouco mais de um ano depois, o que era motivo de orgulho virou caso de polícia. A Polícia Civil de São Paulo passou a investigar o contrato por lavagem de dinheiro, associação criminosa e furto qualificado. Segundo os investigadores, parte do valor teria sido desviado por intermediários ligados a membros da diretoria alvinegra.
Augusto Melo é afastado após indiciamento
Com a pressão interna e os indícios cada vez mais consistentes, o presidente Augusto Melo se tornou o principal alvo da crise. Em maio de 2025, após debates e pedidos de impeachment no Conselho Deliberativo, Melo foi afastado do cargo por ampla maioria dos conselheiros. O vice, Osmar Stábile, assumiu interinamente o comando do clube.
O ambiente político no Parque São Jorge ficou ainda mais instável com manobras nos bastidores, disputas pelo controle do Conselho e o afastamento de Romeu Tuma Júnior, acusado de agir com parcialidade em decisões internas. No próximo dia 9 o clube vota o impeachment do mandatário.

Montagem/Reprodução Augusto Melo e Romeu Tuma Jr
Augusto tenta dar golpe
Augusto Melo, presidente afastado e aliados foram à sede do clube no dia 3 de junho tentar retomar o poder e chegaram a invadir a sala do presidente interino, Osmar Stábile. No entanto, sem sucesso. Inclusive, estava ao lado de Melo, Dayane Barossi, que impediu por diversas vezes esse portal em frequentar arredores do Parque São Jorge.
A confusão terminou com intervenção da Polícia Militar e boletins de ocorrência abertos por ambas as partes, que alegaram ameaças e incitação à violência.
Torcida invade sede e exige revolução no estatuto
A revolta da torcida ganhou noticiário no dia 3 de julho. Cerca de 500 torcedores, representando Gaviões da Fiel, Camisa 12, Pavilhão Nove, Estopim da Fiel, Coringão Chopp e Fiel Macabra, invadiram a sede social do clube em protesto contra a crise política.
Eles trancaram os portões com correntes, estenderam faixas com os dizeres “Luto! Fechado por má administração” e divulgaram uma nota conjunta chamando a ação de “protesto pacífico e ato de resistência”.

Torcida protestou contra o impeachment de Augusto Melo (Reprodução)
Entre as exigências das organizadas estão:
- Ampliação do direito de voto para os sócios do Fiel Torcedor nas eleições presidenciais;
- Reforma imediata do estatuto;
- Responsabilização dos dirigentes que causaram o endividamento do clube.
A Polícia Militar esteve no local para garantir a segurança. A manifestação durou pouco mais de uma hora e terminou de forma pacífica, mas os torcedores deixaram claro: foi só o começo de uma “revolução corinthiana”.
Andrés Sanchez x Cartão corporativo
Em meio a crise, outro curioso fato explodiu no Parque São Jorge, o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez falou publicamente ao Portal LeoDias sobre a fatura do cartão corporativo do clube que veio à tona nas redes sociais, com gastos que ultrapassam os R$ 298 mil. Em entrevista exclusiva, ele confirmou que parte dos valores foi usada em despesas pessoais durante uma viagem de fim de ano.
“Usei, sim, o cartão do Corinthians. Foram R$ 9 mil”, afirmou Andrés ao ser questionado sobre a veracidade do documento. Entre os gastos estão itens como passeio de barco, hospedagem em hotel e jantar em Pipa, no Rio Grande do Norte.

Andrés Sanchez fala sobre candidatura do Ronaldo Fenômeno ao portal LeoDias/Reprodução
MP investiga uso de cartões
Na última terça-feira (29/7), o Ministério Público de São Paulo abriu uma investigação sobre o uso indevido de cartões do Corinthians nas gestões Andrés e Duilio Monteiro Alves.
O procedimento foi instaurado pelo promotor de justiça Cassio Roberto Conserino. Além disso, o MP vai investigar se houve apropriação indébita e outros possíveis crimes envolvendo os ex-presidentes e outras pessoas ligadas ao clube.

Reprodução/Instagram: @duiliomalves
Futebol em xeque
A crise administrativa e financeira do Corinthians também encontrou reflexos diretos no elenco. No último dia 9 de julho, Memphis Depay faltou ao treino no CT Joaquim Grava sem comunicar a diretoria ou a comissão técnica, em protesto devido a atrasos de pagamento, o clube devia cerca de R$ 4,7 milhões em premiações pelo Paulistão e direitos de imagem.

Reprodução/Instagram: @memphis
Na manhã seguinte, ele se apresentou normalmente, justificou a ausência em reunião com o presidente interino Osmar Stábile, o técnico Dorival Júnior e o executivo de futebol Fabinho Soldado, manifestando desejo de permanecer no clube. Mas, o caso foi tratado pela diretoria como “assunto encerrado”, porém, o episódio simboliza o colapso institucional que afeta todas as esferas do Corinthians.
Embora tenha marcado o gol da vitória no último clássico contra o Palmeiras, Memphis Depay está longe de ser uma unanimidade no Parque São Jorge. A crise política que assola o clube pode afetar diretamente o jogador, e uma possível saída não está descartada. Nesse cenário, o Corinthians atravessa um dos momentos mais delicados de sua história, e novos capítulos dessa crise devem ganhar força nos próximos dias.
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