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Dorival, compre seu ingresso para a final da Copa, não conte com a seleção para isso

Seleção Brasileira atua sem brilho já há algum tempo e nova derrota expõe os vários problemas para se resolver

*As opinões deste texto não expressam necessariamente a opinião do portal LeoDias

          No dia 19 de julho de 2026, os olhos do planeta estarão voltados para Nova York, onde duas seleções disputarão a taça da Copa do Mundo. Com as polêmicas que se amontoam nos bastidores da CBF, o planejamento atrasado e a distância com o torcedor, Dorival se colocou em uma situação difícil, com a responsabilidade de estar na “capital do mundo” daqui dois anos disputando o hexa – um devaneio distante, em meio a realidade nada empolgante.

          O técnico da Seleção Brasileira afirmou que o Brasil estará na final da próxima Copa do Mundo e deixou bem claro: “podem me cobrar”. Dorival será cobrado, sem dúvidas nenhuma, mas o problema vai além do treinador, chega aos jogadores e ultrapassa os limites do campo, chegando a um bastidor totalmente contaminado, com uma Seleção totalmente distante do povo.

          Veja as fotos

          Brasil perdeu por 1 a 0 para o Paraguai, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo (AFP)
          Brasil perdeu por 1 a 0 para o Paraguai, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo (AFP)
          Brasil perdeu por 1 a 0 para o Paraguai, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo (AFP)
          Brasil perdeu por 1 a 0 para o Paraguai, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo (AFP)
          Dorival Júnior em derrota do Brasil para o Paraguai, nas Eliminatórias da Copa do Mundo (Rafael Ribeiro/CBF)
          Dorival Júnior em derrota do Brasil para o Paraguai, nas Eliminatórias da Copa do Mundo (Rafael Ribeiro/CBF)
          Dorival Júnior em derrota do Brasil para o Paraguai, nas Eliminatórias da Copa do Mundo (AFP)
          Dorival Júnior em derrota do Brasil para o Paraguai, nas Eliminatórias da Copa do Mundo (AFP)

          Seleção da bagunça

          Na desastrosa derrota para o Paraguai, na última terça-feira (10/9), Dorival Júnior fez apenas seu segundo jogo pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, que já teve oito rodadas. Desde o pós-Copa no Catar em 2022, foram três treinadores que passaram pela seleção brasileira e o nome tão esperado, que estava “certo” para comandar a Amarelinha, nunca deu as caras.

          A saga de Ednaldo Rodrigues pela contratação de Carlo Ancelotti chegou a ser patética, visto o resultado que aconteceu no final. O italiano renovou com o Real Madrid, ignorou qualquer suposto acordo que fez com a CBF e perdemos um ano de trabalho.

          Enquanto isso, os adversários avançaram. A campeã do Mundo, Argentina, manteve seu trabalho liderado por Messi, faturou a Copa América e segue líder nas Eliminatórias. Com craques de grandes da Europa, Colômbia e Uruguai se renovaram e também passaram a frente da Seleção não só na classificação, mas no futebol jogado em campo.

          A CBF está totalmente desequilibrada já há algum tempo, foram oito presidentes em 10 anos, sendo três só nos últimos três anos. Ednaldo Rodrigues voltou ao cargo depois de ser deposto por uma decisão judicial, com José Perdiz, presidente do STJD, assumindo interinamente. Antes dos dois, Rogério Caboclo já havia sido afastado, em 2021, por acusações de assédio.

          Bom, alguém pode dizer que a AFA (Federação Argentina de Futebol) está mais bagunçada que a CBF, o que é um fato. O campeonato argentino é uma verdadeira bagunça, com uma virada de mesa quase todo ano. Neste ano, por exemplo, cancelaram o rebaixamento na última hora. Para piorar, o presidente do Talleres, clube da cidade de Córdoba (ARG), invadiu armado o vestiário do árbitro em partida da Copa Argentina no último sábado (7/9) e prometeu guerra ao presidente da AFA – um circo!

          Tudo isso e a Argentina ainda é uma das melhores seleções do Mundo (senão a melhor, atualmente). A explicação vem dos campos e das arquibancadas.

          O brilho perdido da seleção

          A Argentina do técnico Lionel Scaloni tem um esquema de jogo muito bem definido, usando Messi como peça principal de ataque, mas não lhe falta repertório, variando as laterais entre zagueiros e homens mais avançados, dispondo de três atletas na primeira linha de iniciação do jogo, além de movimentar o meio para gerar espaços e tentar possíveis linhas de passe ou mesmo a jogada individual por dentro. 

          Falta ao Brasil, justamente esse repertório. Não é à toa que a Seleção costumeiramente é vaiada, mesmo quando ganha, pois o brilho que se espera da única equipe pentacampeã do Mundo não aparece dentro de campo – não é por falta de talento, já que temos grandes nomes do futebol mundial.

          Taticamente, o Brasil é um time apático do meio para frente. A qualidade vista em Vini Jr. no Real Madrid, quando o craque favorito à Bola de Ouro coloca a bola na frente e deixa os marcadores para trás, é raridade na seleção. 

          O toque de qualidade que, por exemplo, enxergamos na Colômbia, com um camisa 10 tradicional como James Rodríguez, é uma das carências mais gritantes da seleção de Dorival Júnior – que saudade do Neymar!

          Paquetá não é aquele homem de meio, que vai armar a jogada e dar o passe de qualidade para os finalizadores da seleção. Ele é o tradicional camisa 8, o segundo volante que chega para apoiar no ataque, como faz no West Ham, onde tem suas melhores atuações. 

          O que dizer da camisa 9 da seleção brasileira, aquela que representa nomes como Ronaldo e Tostão, e hoje se tornou um grande pesadelo na escalação da Seleção Brasileira. Endrick, o garoto que brilhou nos dois primeiros jogos de Dorival, ainda é uma promessa, mas o que fazer se falta competência para os concorrentes? O “Bobby Charlton” tem que mostrar logo para que veio, não há muito tempo.

          Distância do torcedor

          Voltemos à frase fatídica de Dorival, prometendo a seleção na final da Copa. Além de prometer o que beira o impossível, o técnico da seleção garantiu ainda que vai reaproximar o torcedor, tarefa tão difícil quanto levar o Brasil de volta a uma final de Mundial.

          Isso porque a Seleção se tornou um atrativo para poucos. Para se ter uma ideia, o ingresso mais barato para assistir a partida entre Brasil e Equador, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo em Curitiba (PR), estava no valor de R$ 400. 

          Nos últimos 11 anos, o Brasil fez 43 amistosos como mandante e apenas 11 deles foram disputados em solo tupiniquim. Países como Estados Unidos, Arábia Saudita, Inglaterra, Japão, Canadá, França e até Singapura, dominam a lista de lugares que mais veem a Seleção Canarinho.

          O futebol é um negócio muito potente e movimenta bilhões, onde o foco do investimento não está centrado no público, mas sim no lucro. A CBF não é diferente. 

          O desafio de se aproximar do torcedor envolve ainda a complexidade do diálogo com o público brasileiro. A tão recriminada cobrança, em meio a bagunça que assola o trabalho de Dorival, vai acontecer o tempo todo, simplesmente porque a Seleção tem que vencer e dar show. O brasileiro não espera nada menos que isso e toda a delegação da CBF e da Seleção tem de entender isso imediatamente.

          Na época do técnico Tite, por muitas vezes, o Brasil não dava show, mas, em geral, vencia. Atualmente, sequer vence. Por mais que tenha fracassado nas duas copas que disputou sendo eliminado para a Bélgica, em 2018, e para Croácia, em 2022, o trabalho feito pelo atual comandante do Flamengo faturou uma Copa América, em 2019, e passou o trator por cima dos adversários nas duas eliminatórias disputados.

          Hoje, mesmo com um modelo em que seis equipes se classificam de forma direta para a Copa do Mundo (na época de Tite eram apenas quatro), com uma indo para a repescagem contra uma seleção da américa central, é impossível afirmar que o time treinado por Dorival estará nos Estados Unidos em 2026.

          Imaginar a Seleção fora da copa não é nenhum absurdo, visto a pobreza tática a e um jogadores que não inspiram nenhuma emoção e vontade. Quando Endrick afirmou que os atletas “abriram mão das férias” para estarem após a eliminação do Brasil na Copa América, ficou clara a ordem de prioridades dos atuais jogadores que representam nosso país.

          Vestir a camisa da Seleção antes era um orgulho, o time a ser batido, pentacampeão. Hoje, é quase um fardo, um problema.

          Jogador, treinador e seja lá quem for que represente a camisa da Seleção tem de ter a noção desse peso. Não há espaço para cenas como a protagonizada por Danilo na Copa América, que discutiu com um torcedor que criticava a fraca atuação brasileira. Não há que se fazer pedidos para diminuírem críticas ou mesmo reclamar que as férias foram diminuídas. Há de se jogar bola e não só jogar, tem que atuar como uma verdadeira finalista de Copa do Mundo, em direção ao hexa.

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