Danilo se desculpa por confusão e cobra CBF por perder tempo no planejamento
O lateral direito e capitão da seleção brasileira tocou em feridas durante coletiva de imprensa
Menos de dois anos depois da Copa do Mundo no Catar, o Brasil já teve três técnicos, além de sofrer com resultados ruins e, de acordo com Danilo, capitão da seleção, as diversas mudanças e indefinições no planejamento da CBF foram determinantes para que a Amarelinha perdesse tempo no ciclo para o próximo Mundial.
“Eu tenho uma posição bem clara em relação a isso. Separo por duas colunas: a primeira a da qualidade de jogadores, material humano e continuamos sendo os melhores do mundo. Estou há 12 temporadas no futebol europeu e tenho certeza do que estou falando. A matéria prima é das melhores do mundo. Mas tem uma coisa que evoluiu muito no mundo inteiro, que é organização, planejamento, observar o que vem pela frente, e nisso deixamos a desejar por algum tempo”, disse Danilo.
“Estou seguro que deixamos a desejar há algum tempo. Nos últimos dois ciclos fizemos muito bem e não conseguimos vencer. Se não conseguirmos vencer com tudo minuciosamente bem, estamos um passo atrás. A gente eu falo como seleção brasileira no geral. Muita instabilidade, nomes, jogadores, estratégia, planos. Total renovação ou não. Perdeu-se tempo e agora estamos um passo atrás das principais potências. Nosso conjunto ainda não está bem feito. Dorival desde março alcançou um caminho de planejamento claro e bem feito. Depois da Copa do Mundo perdemos tempo e deixei isso bem claro ao presidente. Por isso estamos um passo atrás”, completou o capitão.
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Reflexão na seleção
Questionado sobre a falta de qualidade apresentada pela seleção, mesmo na vitória contra o Equador, na última sexta (6/9), Danilo fez uma reflexão sobre as mudanças no “futebol moderno”, que segundo o jogador vem se distanciando do povo.
“Vai muito além da seleção brasileira. Eu enquanto garoto adorava ver o Brasil golear, ganhar de 2 a 0 não me deixava satisfeito. Mas vai além da seleção. O negócio futebol, business, é incompatível com o futebol da essência: a paixão, amor à camisa, o drible, uma coisa digamos mais irresponsável em campo. Por isso a janela de distância entre os profissionais do futebol e os torcedores, os leigos, os apaixonados pelo futebol. Uma coisa triste que eu penso é que só vai aumentar. Se trata futebol quase como matemática, com seriedade, de forma industrial”, disse Danilo.
A solução apontada pelo capitão da seleção é a aproximação com o torcedor: “Esse gap tende sempre a aumentar. Qual é a nossa maneira de tentar diminuir? Entrar em contato com torcedor, com as pessoas que não têm acesso a tudo isso para que vejam nossa história, que estamos de corpo e alma”, completou o capitão.
Desculpas por confusão
Danilo ainda aproveitou a coletiva para se desculpar por uma confusão ocorrida durante a Copa América, quando o lateral discutiu com um torcedor na arquibancada, após partida contra a Costa Rica, na estreia da seleção na competição.
“Sobre palavras ao vento e atitudes, gostaria de voltar ao primeiro jogo da Copa América e pedir desculpa pelo meu encontro com o torcedor ao fim da partida. Futebol é passional, sempre à flor da pele, e o torcedor tem que cobrar, criticar, expor pensamentos. Sou humano e reconheço que tive uma atitude que não deveria ter acontecido como pai, atleta e capitão. Pedir desculpas na câmera e me colocar à disposição e vulnerável nesse assunto. Torcedor pode cobrar, paga ingresso e tem emoções à flor da pele assim como nós”, relembrou Danilo.
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