Ex-presidente da Federação Espanhola é detido por corrupção, mas é liberado em seguida

Luis Rubiales responde ainda processo por assediar sexualmente uma jogadora espanhola

Gabriel Caetano

03/04/2024 às 11:01

Ex-presidente da Federação Espanhola é detido por corrupção, mas é liberado em seguida

Reprodução

O ex-presidente da Federação Espanhola (RFEF), Luis Rubiales, foi detido na Espanha logo após aterrissar no aeroporto de Madri, vindo da República Dominicana, durante uma investigação por corrupção.

Membros da Guarda Civil encaminharam o dirigente à um tribunal para que ele prestasse depoimento e, logo em seguida, foi liberado. A acusação em questão é um caso grande de corrupção no futebol espanhol, em uma operação envolvendo seu antigo cargo como presidente da Federação Espanhola, estando entre os crimes no qual Rubiales responde, além de corrupção, lavagem de dinheiro, administração injusta e formação de organização criminosa.

Dirigente detido

Rubiales não conseguiu sequer sair da pista de aterrissagem do aeroporto de Barajas em Madri, já que um furgão da Guarda Civil o esperava.

Neste caso, o Ministério Público espanhol já chegou a emitir um pedido de prisão, no último dia 20 de março, sendo seis pessoas presas. Rubiales escapou por estar na República Dominicana, que não mantém acordo de extradição.

As investigações iniciaram em junho de 2022, segundo as autoridades espanholas e o responsável por conduzi-las é o tribunal de Majadahonda. Entre os casos suspeitos, está a transferência da Supercopa da Espanha para a Arábia Saudita, na época da presidência de Rubiales na Federação Espanhola, no qual teve como intermediário o ex de Shakira, Gerard Piqué e, segundo O Globo, os contratos representaram 40 milhões de euros por ano (R$ 215 milhões).

Rubiales nega as acusações e afirma que irá provar sua inocência.

Beijo forçado

As acusações não param, já que Rubiales também está envolvido em outro processo, respondendo por assédio sexual contra a jogadora Jenni Hermoso, da seleção espanhola, a qual ele beijou forçadamente na premiação da Copa do Mundo feminina, vencida pela Espanha em 2023.

O dirigente chegou a afirmar que o beijo foi consensual e que a própria atleta teria interpretado como uma “brincadeira” em meio ao título. Pressionado para renunciar à presidência da Federação Espanhola de Futebol, Rubiales bateu o pé e ficou até o julgamento na FIFA.

A atleta, junto a outras 23 companheiras, também chegaram a publicar uma nota declarando greve caso Rubiales não saísse da federação, fato que aconteceu pouco tempo depois, com a suspensão do dirigente. Agora, o caso está na Justiça Espanhola, por conta de um processo movido por Jenni – a mãe do acusado chegou a fazer greve de fome contra o processo, mas não deu certo -.

O Ministério Público espanhol já pediu oficialmente à Justiça que Rubiales seja preso por dois anos e meio por assédio sexual e coação por tentar evitar e manipular depoimentos de testemunhas, segundo notícia do jornal local “Marca”.