Paquetá poderá jogar no Flamengo se for punido na Inglaterra? Entenda!
O Flamengo abriu conversas com o West Ham pela contratação do meia da Seleção Brasileira, mas operação não tão é simples
O imbróglio judicial que Paquetá vive na Inglaterra transformou em possível a chance do Flamengo repatriar o meia da Seleção Brasileira, mas para contar com o jogador, o staff rubro-negro terá de se desdobrar juridicamente para entender todos os cenários possíveis e ainda convencer o West Ham a vende-lo por um valor abaixo do mercado.
Paquetá está sendo acusado pela Federação Inglesa de violar as regras de apostas esportivas ao forçar o recebimento de cartões amarelos em quatro jogos da Premier League (Campeonato Inglês). A denúncia já foi feita e o jogador aguarda o julgamento.
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Julgamento e internacionalização da pena
Segundo levantamento do tabloide inglês “The Sun” sobre casos parecidos ao de Paquetá, o zagueiro do Stratford Town, Kynan Isaac, foi suspenso por dez anos por apostar que receberia um cartão amarelo na FA Cup. Já o zagueiro do Lincoln City, Bradley Wood, foi afastado por seis anos após receber de propósito cartões amarelos em dois jogos da Copa da Inglaterra.
“No entanto, os promotores da FA argumentam que as supostas ofensas de Paquetá, de 26 anos, são ainda mais graves”, destaca um trecho da reportagem. A Federação Inglesa irá julgar Paquetá e caso ele seja condenado, uma pena possível é o banimento do futebol.
Em caso de condenação, ao menos em primeiro momento, a pena só valeria para o território britânico. Mas a Federação Inglesa pode requerer à FIFA a internacionalização da pena.
Com a condenação em primeira instância na Inglaterra, Paquetá poderia atuar em outros países enquanto a pena não fosse internacionalizada, além de recorrer da decisão e ainda fazer um pedido por efeito suspensivo – o que lhe daria a chance de atuar em solo britânico enquanto não houver um julgamento final.
Paquetá também poderá recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS), na FIFA – mesmo órgão que Gabigol apelou após sua condenação. Até a decisão final em última instância, o meia poderá atuar se conseguir um efeito suspensivo na Justiça.
Não há data marcada para o julgamento e não foi divulgada pela imprensa inglesa uma previsão para que o caso vá para o tribunal. Para se ter uma ideia, da divulgação pública do caso, em agosto do ano passado, até Paquetá ser acusado formalmente, se passaram nove meses. Aliás, é com a demora no andamento do caso que o Flamengo conta.
Chance do Flamengo
A situação polêmica de Paquetá na Inglaterra é, de fato, a única coisa que abre uma brecha para a negociação. O jogador foi comprado pelo West Ham por 60 milhões de euros (R$ 355 milhões) e antes da acusação estava com preço estimado em 100 milhões de euros (R$ 592 milhões) – montante bem longe da realidade do mercado brasileiro.
Agora, o cenário é o seguinte: O West Ham está aberto a negociar Paquetá, mas não quer nem saber de empréstimo, ou seja, se o Flamengo quiser comprar, vai ter que desembolsar uma grana. Com uma condenação sendo bem possível, o clube inglês quer recuperar ao menos parte desse valor.
As negociações estão em andamento há cerca de um mês e o Flamengo sabe ao menos três semanas que um empréstimo com compra condicionada ao julgamento está fora de questão, então está sendo avaliado internamente se um investimento desse tamanho vale a pena.
O Flamengo entrou em contato com o escritório de advocacia Bichara e Motta, especialista em FIFA – o mesmo que está cuidando do caso de Gabigol -, buscando entender quais as fronteiras de uma possível punição no caso de Paquetá e o parecer é de que há boas chances de manter possíveis sanções dentro da Inglaterra, além de condições para manter o atleta em atividade.
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