IML diz que não é possível dizer se idoso morreu antes ou depois de chegar ao banco

A advogada diz que Érika não sabia que o tio estava morto na cadeira de rodas quando tentava sacar um empréstimo de R$ 17 mil

Daniella Magalhães

17/04/2024 às 19:20

IML diz que não é possível dizer se idoso morreu antes ou depois de chegar ao banco

(Divulgação)

O laudo de exame de necrópsia do idoso Paulo Roberto Braga, de 68 anos, que teve o corpo levado pela sobrinha ao banco para fazer empréstimo na tarde de terça-feira (16/4), afirmou não ser possível determinar se o idoso morreu antes ou depois de chegar na agência bancária, em Bangu, zona Oeste do Rio.

O perito do Instituto Médico Legal (IML) afirma que o óbito pode ter ocorrido entre 11h30 e 14h30, mas que ele não tem elementos seguros para dizer, do ponto de vista técnico e científico, que a vítima morreu no trajeto para o banco.

A defesa de Érika de Souza Vieira Nunes, sobrinha de Paulo, foi presa por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. Ela alega que ele morreu após chegar no banco.

A advogada diz que Érika não sabia que o tio estava morto na cadeira de rodas quando tentava sacar um empréstimo de R$ 17 mil.

Um vídeo gravado por funcionários do banco mostra Paulo completamente imóvel e pálido enquanto a sobrinha conversa com ele, sempre sem resposta, e tenta fazer com que assine o documento para retirar o dinheiro.

A defesa afirma ainda que ela tem problemas psicológicos e que poderia estar em surto. Imagens de segurança apontam que os dois entram no shopping onde fica a agência minutos depois das 14h, com o idoso sem se mexer, na cadeira de rodas.

O delegado Fábio Luis, titular da 34ª DP, afirmou que livores cadavéricos encontrados no corpo indicam que Paulo não teria morrido sentado. Livores são acúmulos de sangue decorrentes da interrupção da circulação que, no caso dele, se acumularam na nuca, indicando que ele deve ter ido a óbito deitado.

Ainda segundo ele, se Paulo tivesse morrido no banco, haveria livores nas pernas, já que ele estava na cadeira de rodas. Mas a perícia inicial não encontrou manchas nos membros inferiores.