Boiadeirinha: Entenda o sucesso de Ana Castela com o público infantil
Portal LeoDias conversou com especialistas para entender os diversos fatores que contribuíram para a identificação do público infantil com a boiadeira
A ascensão de Ana Castela no cenário sertanejo tem sido marcada por um fenômeno inesperado: um crescente público infantil que se identifica com sua música e sua imagem, apesar de não serem diretamente voltadas para crianças. Partindo deste ponto, o portal LeoDias procurou especialistas para entender os diversos fatores que contribuíram para esse caminho singular.
Segundo Gis de Oliveira, especialista em imagem e carreiras artísticas, o estilo descontraído da cantora, combinado com suas roupas lúdicas e performances visualmente cativantes, como entrar em shows montada em um cavalo prateado e suas dancinhas para o TikTok, têm sido determinantes.
“Acredito que o principal é o jeito dela + a imagem que se apresenta, as roupas, cenários e efeitos especiais que usa em seus shows… Ela é uma menina, tem 20 anos, mas surge no cenário muito nova e ‘despreparada’ artisticamente, erra as falas, brinca com os erros, é muito autêntica sem se preocupar com o que os outros pensam, um comportamento próximo ao infantil, o estereótipo dela também ajuda, corpo de uma menina”, disse Gis.
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“Acredito que o principal motivo que despertou o olhar das crianças foi o lançamento do show dela, montada em um cavalo prata, com roupas cheia de brilho e cores. Os elementos cenográficos e estilo de roupas são lúdicos, somado à fala solta com risadas e as músicas com dancinhas para o TikTok foi o tiro certo para o público infantil mesmo sem terem a intenção”, pontuou a especialista.
Sem limita-se!
André Piunti, jornalista especializado em música sertaneja, corrobora essa análise ao destacar as características visuais e de performance de Ana Castela. “Ana tem algumas coisas diferentes, novas no sertanejo. Tem um lance que é de geração, ela mistura vários estilos com o sertanejo. A gente tem uma geração nova tiktoker que Ana pega. Ela é uma mistura, canta música sertaneja, não tem problema nenhum em dialogar com o funk ou com a música do refrão mais simples, que é um tipo de música que permeia esses aplicativos de vídeos, dancinhas do TikTok… Ela surgiu com 18, ajuda também por ser muito nova e tem o lance da performance.”
Gis destaca a conexão entre música, posicionamento nas redes sociais e imagem, seja de forma pensada ou não: “Acredito que as crianças alcançam a música pelas dancinhas no TikTok e quando acessam a imagem da cantora em shows se conectam instantaneamente por conta das cores, brilhos, o chapéu com franjas brilhantes, o cenário que sempre traz uma surpresa que leva ao imaginário, são arrebatadores e quando ela se comunica entre uma música e outra a autenticidade dos seus 20 anos com o jeito de menina ‘moleca’ conecta na hora com o universo infantojuvenil e infantil.”
No entanto, Gis também enfatiza que, embora o público infantil não tenha sido o alvo inicial, a estratégia de comunicação de Ana Castela foi cuidadosamente planejada para fortalecer sua identidade feminina e jovem: “Quando falamos de carreira artística falamos de uma preparação em detalhes que precisa iniciar no fortalecimento da identidade pessoal para se construir a imagem comercial, tudo é pensado estrategicamente, estilo de roupas, cabelos, cores, cortes, quem vestirá, como será cenografado o palco, toda a identidade visual para o digital em coerência com a comportamental baseada em pesquisas de acordo com o que se quer alcançar”.
Sertanejo ao estilo boiadeia
Piunti observa que essa abordagem mais dinâmica nos palcos tem atraído não apenas o público adulto-jovem, mas também crianças, que se engajam nas danças e coreografias apresentadas pela cantora. A construção como um todo, segundo ele, vai além do que tradicionalmente se vê o sertanejo. “Grande parte, ou a maior parte do show dela, é um show com dança, com coreografia, um show bem ensaiado, que quebra um pouco do que é um show padrão sertanejo. E isso acho que está muito por trás dessa aproximação dela com as crianças. A gente vai em show nos quais pode entrar criança e elas estão ali dançando junto, fazendo a coreografia junto. É um artista muito visual, os clipes têm as danças, as redes sociais estão lá com as coreografias, as crianças vão ao show e repetem todas as coreografias.”
André Piunti ressalta a importância da imagem visual de Ana Castela, que se diferencia dos outros artistas do sertanejo: “A questão da imagem também ajuda muito. Ana tem um visual muito marcante. A bota, o chapéu, as roupas coloridas, não é só o chapéu preto padrão que todo mundo sempre usou no sertanejo, mas tem o chapéu rosa, o chapéu branco. Você vê muito aniversário de criança com as crianças vestidas de mini Ana Castela, com a roupa inteira combinando, geralmente copiada de algum clipe dela, de alguma roupa que ela usou”.
E agora?
Entretanto, ambos os especialistas alertam para os desafios que surgem com essa expansão inesperada do público infantil. Gis enfatiza a necessidade de uma estratégia cuidadosa para criar conteúdos e produtos que sejam educativos e responsáveis.
“Primeiro é entender se querem trabalhar o público infantil ou não e a partir disso reestruturar o business contratando equipe especializada em preparação artística baseada em pesquisas e métricas para o público infantil com esse olhar mais cuidadoso pra responsabilidade social e unificada com a equipe da carreira e comunicação da artista. Como preparadora artística especializada em imagem e estratégia de carreira, além de trabalhar uma diferenciação mais evidente na comunicação, identidade visual digital, shows e comportamental, traria uma equipe especializada em preparação artística com pesquisas educativas para o cenário infantil”, disse Gis.
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