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“RapNejo”: estilo traz integração de ritmos após anos de divergências

Novo estilo integra os beats do sertanejo e do rap

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A música brasileira vive um momento totalmente diferente no século XXI, com integração de ritmos e feats de artistas que ninguém imaginava estarem trabalhando juntos. O sertanejo e o rap, dois ritmos que já foram opostos, refletem essa mudança com uma novidade: o rapnejo.

Em caminhos inversos durante anos, os dois ritmos musicais são bastante populares no Brasil e já serviram como plataforma para que grandes cantores e grupos musicais ganhassem o Mundo como, por exemplo, a dupla sertaneja Zezé Di Camargo & Luciano e o grupo de rap Racionais MC’s, nomes famosos no meio sertanejo e do rap, respectivamente.

Diferentes e iguais

Tanto Zezé Di Camargo & Luciano, como os Racionais MC’s fizeram sucesso no mesmo período: década de 1990. Naquela época, o ritmo sertanejo era um dos mais populares e o rap uma novidade vinda dos Estados Unidos. Ambos lançaram seus primeiros sucessos em anos próximos e cada um deles refletem as oposições dos ritmos, mas também as igualdades.

“É o Amor” fala sobre como o amor “mexe com a cabeça e faz pensar em você e esquecer de mim” e até mesmo “esquecer que a vida é feita pra viver”. O primeiro sucesso da dupla, que ganhou as paradas em 1991, de certa forma mostra como os problemas que a dupla passou na infância pobre no sertão do Goiás podem ser esquecidos por meio do amor.

Já “Pânico na Zona Sul”, sucesso do Racionais MC’s lançado em 1989, reflete no nome a diferença com o single da dupla sertaneja, porém, traz uma igualdade: a poesia como forma de refletir sobre os problemas da vida. 

A diferença é que no rap do grupo a reflexão vem por meio do protesto, com frases fortes sobre as atrocidades da Zona Sul de São Paulo, região onde está a favela do Capão Redondo, lugar que chegou a ser o bairro com mais homicídios no Brasil e lugar do surgimento do grupo. Ambos os grupos e as “músicas poéticas”, bem como outros sucessos lançados no mesmo período por outros nomes de cada ritmo, demonstram o momento do Brasil dos anos 90. 

Tanto Goiás, como São Paulo, berço dos maiores nomes do sertanejo e do rap, viveram períodos difíceis na década de 90, com altos índices de pobreza e violência, que fizeram o Brasil ter mais de 50 milhões de pobres nessa época, além de chegar ao posto de país com mais homicídios no Mundo, segundo dados do UNODC.

Novo momento do Brasil trouxe a parceria do rap com o sertanejo!

A música refletiu os problemas, mas também refletiu o avanço. A partir dos anos 2000, se deu uma estabilização no país e no Mundo que possibilitou mudanças na música, trazendo a integração de artistas antes opostos e, assim, o surgimento do rapnejo. 

O primeiro passo foi dado por Lucas Lucco e Hungria, cantores que fizeram fama no sertanejo e no rap no século XXI.  O hit “Quebra Cabeça” foi um sucesso e o clipe que “lançou” o rapnejo alcançou mais de 150 milhões de visualizações no YouTube.

Anos depois, Edi Rock, um dos membros fundadores do Racionais MC’s, grupo tão criticado por supostamente ser fechado, lançou o single “O Que Cê Vai Fazer”, onde o rapper se junta a cantora sertaneja Lauana Prado para falar sobre um casal que estaria se reaproximando após um caso extraconjugal, unindo justamente o amor e o protesto em um som influenciado pelo beat do sertanejo e do rap, além de misturar funk, reggae e samba também.

“Confesso que pirei quando ouvi o som, gostei muito. A música é um rap, mas com um papo sertanejo. Consegui trazer o Edi pro meu universo e mergulhar no dele”, falou Lauana, em entrevista ao Jornal do Rap na época.

Marília Mendonça, do sertanejo ao rap

Um dos nomes que mais ajudaram a fortalecer o rapnejo foi Marília Mendonça. A artista sempre fez questão de exaltar sua paixão pelo ritmo. A marca que deixou no rapnejo inclui os singles “Conspiração” e “Leão”, feitos com o grupo de rap Tribo da Periferia e com o rapper Xamã, respectivamente.

A estrela do feminejo, também serviu como inspiração para um hit composto por MC BIN, fã da cantora. O single “Marília Mendonça”, lançado em 2020, de acordo com o cantor, é uma forma de homenagear a carreira de Marília. 

Infelizmente, a Rainha da Sofrência partiu antes de lançar parcerias esperadas, como a música que a cantora confirmou que faria com o rapper Djonga, ou o tão pedido feat com o Racionais MC’s, do qual ela era fã e chegou a viralizar em um vídeo cantando o sucesso “Vida Loka part. 1” durante live na pandemia.

Marília Mendonça dará nome ao festival que premiará os principais nomes da música sertaneja. O Prêmio Marília Mendonça acontecerá em Goiânia, no dia 24 de outubro.

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