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Entenda o que está por trás da obsessão de mulher que persegue Débora Falabella

Portal LeoDias conversou com psicóloga para entender o que caracteriza um stalker e como identificar

          Esta semana, Débora Falabella falou pela primeira vez sobre seu medo de uma mulher que a persegue há anos de forma obsessiva, através de mensagens e até mesmo “visitas” ao seu condomínio. A atriz, assim como outros artistas, sofre com um stalker, do inglês: um perseguidor. O portal LeoDias conversou com um especialista para entender mais sobre as implicâncias psicológicas do que leva alguém a ser um stalker.

          “O stalker é uma pessoa que começa a dispensar uma atenção exagerada a alguém, a ponto de passar boa parte do seu dia, acompanhando a rotina da pessoa e costurando as informações que ela consegue capturar, para então interpretar tudo que essa pessoa anda fazendo. A partir disso, ela vai desenvolvendo uma espécie de obsessão em torno da vida dessa pessoa”, diz a psicóloga Luana Couto, psicóloga há 14 anos em comportamento humano, terapia cognitiva e estudante de Neuropsicologia na Universidade Einstein de São Paulo.

          Segundo ela, nem sempre o stalker tem questões psicológicas: “Pode ser uma pessoa sem algum transtorno, ou ele pode ter transtornos psicológicos que podem, inclusive, agravar a forma com que ele vai atuar. Uma pessoa pode começar a stalkear (perseguir) alguém simplesmente pelo fato de ser fã”, detalha.

          Quando a perseguição é agravada por transtorno psicológico, há uma preocupação maior: “Ela pode ter alucinações e trazer isso para esse mundo. Ela pode nutrir convicções sobre o tem vivido, o que tem ouvido como experiências reais e que na verdade não são. Isso faz com que ela reforce cada vez mais a necessidade e as motivações para continuar a perseguir, a investir, não só na questão de acompanhar a vida da outra pessoa, mas de buscar algum tipo de interlocução, de ameaçar e de tentar desdobramentos como interagir com familiares da pessoa”.

          Veja as fotos

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          Reprodução Instagram
          Reprodução Instagram
          Stalking é crime no Brasil desde 2021
          Stalking é crime no Brasil desde 2021

          Só acontece com famosos?

          A perseguição é muito associada a artistas por eles serem figuras públicas, alvos fáceis de “fãs obcecados”, mas Luana ressalta que pessoas “normais” e anônimas podem também ser alvos de perseguição: “Na verdade o stalker está ligado a algum tipo de elemento que o interessa, seja ele emocional, seja ele voltado a algum tema como ideologia, religião e assim vai. Isso independe se a pessoa é famosa ou não, o que vale pra ele é a conexão que ele sente com ela”, explica ela.

          A especialista ainda pontua que nem sempre a admiração é o motivador da perseguição. A raiva ou algum assunto específico que tenha muita importância para a pessoa podem ser suficientes para que a obsessão comece, fazendo com que muitas vezes ela mude o foco entre as pessoas, sendo obcecada somente por aquele determinado assunto e não a pessoa em si.

          De acordo com a psicóloga, interações podem ser gatilhos para o quadro: “Ela pode curtir tudo que alguém faz e se algum dia essa pessoa der uma retribuição, curtir também algum tipo de postagem ou curtir algum comentário, ela pode interpretar que existe uma reciprocidade naquela emoção e a partir dali intensificar o nível de atuação, o nível de foco que ela vai então dedicar àquela pessoa que ela está acompanhando”.

          Além de Débora Falabella, famosos como Whindersson Nunes, Ariana Grande, Taylor Swift, Ana Hickmann e Felipe Neto já foram vítimas de stalking, assim chamada a perseguição.

          Quando a admiração passa dos limites e os tratamentos

          Segundo a psicóloga, a admiração ou qualquer outro motivador para o foco obsessivo passa a ser preocupante quando aquilo interfere na vida da vítima ou da própria pessoa que persegue: “O interesse vai ficando extremo a ponto de, por exemplo, impactar a rotina do dia a dia dessa pessoa e ela ficar muito mais focada na vida do outro do que na dela, já são sinais aqui importantes de que existe algo que não está legal. Então muitas vezes a própria pessoa pode não perceber tudo isso”.

          Ela explica que a família e amigos podem intervir no quadro. Quando não há um transtorno psicológico diagnosticado, o stalker muitas vezes não interrompe a obsessão por conta própria: “Uma vez que ela começa a ter esse nível de interação ela vai nutrindo tudo isso ela vai cada vez mais ter desejo de buscar […] É basicamente algo desenfreado”.

          De acordo com a psicóloga, a maioria dos casos precisam de intervenção terapêutica e que sem isso a pessoa não consegue parar sozinha: “Pode estar relacionado a algum tipo de transtorno ou não, e se tiver vai só se agravando,. Então quem vai perceber isso é quem está no entorno e que vai poder então entrar com algum tipo de intervenção”.

          Ela aponta a importância de fazer uma intervenção sutil para que não se quebre o vínculo com a pessoa, que não pode se sentir julgada, pois isso pode ‘fechar o cerco” de forma que ela negue ajuda.

          É crime?

          Desde 2021, no Brasil, stalking é considerado crime. Segundo o código penal, um stalker pode sofrer com uma pena de reclusão de seis meses a dois anos e multa. O stalking entende por crime a perseguição de alguém, reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou privacidade.