Brasileiros são vítimas de tráfico humano em Mianmar e pais fazem apelo por resgate
Especialistas apontam a urgência de campanhas claras e diretas nos aeroportos brasileiros, alertando que, uma vez que a vítima embarca, as chances de resgate diminuem
Os brasileiros Phelipe Ferreira e Luckas Viana foram vítimas de tráfico humano em Mianmar após serem atraídos por falsas propostas de emprego no exterior. Eles tiveram os documentos retidos e foram obrigados a trabalhar em condições análogas à escravidão, enquanto tentavam pedir socorro. O caso está sendo acompanhado por autoridades brasileiras e internacionais.
Em entrevista ao “Domingo Espetacular” (22/12), os pais das vítimas relataram o desespero diante da situação. O pai de Phelipe fez um apelo emocionado: “O filho está do outro lado do mundo me pedindo socorro, dizendo: ‘Mande tirar a gente daqui rápido’. ‘Meu filho, como eu vou fazer isso sem as autoridades?’ Você está na mão das autoridades para tirar você daí”.
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Durante o trajeto, Luckas começou a desconfiar da situação e compartilhou suas preocupações com um amigo que mora nas Filipinas. Ele relatou que a viagem estava durando mais do que as quatro horas previstas e ficou ainda mais alarmado ao perceber que o caminho incluía uma travessia por selva, barco e carro.
Os números da Polícia Federal acendem um alerta grave: 600 brasileiros foram vítimas de tráfico de pessoas no último ano, muitos deles explorados em condições desumanas no exterior. No Sudeste Asiático, 31 trabalhadores conseguiram retornar ao Brasil após serem resgatados de situações de exploração laboral.
Enquanto o Itamaraty se mobilizou junto ao governo de Mianmar, para localizar dois brasileiros desaparecidos, as operações de resgate seguem nas mãos das autoridades locais. Especialistas apontam a urgência de campanhas claras e diretas nos aeroportos brasileiros, alertando que, uma vez que a vítima embarca, as chances de resgate diminuem drasticamente.
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