Delegado responsável por investigar Poze afirma que cantor faz apologia ao crime
O artista foi preso na manhã desta quinta-feira (29/5) e é investigado por envolvimento com facção criminosa

O cantor MC Poze do Rodo está sendo investigado por apologia ao crime e tráfico de drogas pela vinculação à facção criminosa Comando Vermelho (CV). Após a prisão do artista, nesta quinta-feira (29/5), o delegado André Neves, diretor do departamento da Delegacia de Polícia Especializada do Rio de Janeiro, afirmou à repórter do portal LeoDias, Monique Arruda, que o funkeiro estimula a “narco cultura” por meio das letras de suas canções.
“Você pega pelas próprias letras do MC Poze. Não é o funk que estamos atacando, de forma alguma; pelo contrário, respeitamos e estimulamos todos os tipos de cultura. Mas a letra dele faz parte da engrenagem da facção. ‘CV, CV, ostentando meu 7.62 fuzil’. Fica a reflexão e o recado para todos os moradores da comunidade: já perguntaram se eles querem um baile funk até às 8h com centenas de fuzis, vendas de drogas? É isso que o trabalhador quer para a filha? Tenho certeza que não”, argumentou o delegado.
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O artista foi preso em sua casa, no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (29/5). Conforme as investigações, ele realizava shows exclusivamente em áreas dominadas pelo Comando Vermelho (CV), uma das maiores organizações criminosas do Brasil.
Após a prisão, cantores saíram em defesa de Poze nas redes sociais, entre eles MC Daniel, MC Cabelinho e Oruam. Sobre as críticas e o pronunciamento do próprio cantor, que afirmou ser perseguido pela polícia, o delegado reafirmou que Poze foi detido por estar ligado à facção: “O Poze do Rodo não está sendo preso por cantar funk. Ele tá sendo preso por ser uma engrenagem que aterroriza não só o Rio de Janeiro como todo o Brasil. São dezenas de vítimas, vidas foram perdidas. De forma alguma está sendo preso ou perseguido por ser morador de comunidade, ou cantar funk. Prendemos um braço do CV que faz apologia à ele, com shows financiados pela facção. É isso que está sendo investigado”, disse ele.
Ainda segundo o delegado André Neves, é preciso separar liberdade de expressão de apologia ao crime: “Sempre vamos defender a população de bem, liberdade de expressão, cultura, isso faz parte do nosso povo. Se você pegar um filho de desembargador que pratique crime, com certeza a polícia, o Ministério Público e o Judiciário vão em cima. Isso é tudo a questão da narrativa ideológica. Desse narcoativismo atuando nesse caso”.
Por outro lado, para o advogado do cantor, Fernando Henrique Cardoso Neves, a questão envolve liberdade artística: “Não se trata em nenhum momento de possibilidade de apologia ao criminoso, mas sim de uma força da liberdade de expressão e também de liberdade artística”, defendeu ele.
MC Poze do Rodo foi transferido em um camburão com outros presos no fim da manhã desta quinta-feira (29/5) da Cidade da Polícia Civil (CIDPOL), na Zona Norte do Rio de Janeiro, para a penitenciária pública de Benfica, onde espera pela audiência de custódia.
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