Em vitória para o governo, Trump deixa vários produtos de fora do tarifaço de 50%
Apesar de impor tarifa de 50 % sobre importações brasileiras, Trump isenta setores estratégicos como aeronaves, suco de laranja e fertilizantes, um triunfo diplomático para o Brasil

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Apesar da imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA, o Brasil obteve uma vitória diplomática com a exclusão de diversos produtos estratégicos, como suco de laranja, aeronaves (beneficiando a Embraer), celulose e fertilizantes, além do adiamento da implementação da tarifa. Embora Lula tenha criticado a medida americana, a isenção de setores-chave abre espaço para negociação, mesmo com a retórica agressiva de Trump. A situação ainda é tensa para setores como carne e café, mas a exclusão minimiza o impacto econômico e reforça a posição brasileira na disputa comercial.
Na disputa comercial agitada entre Brasil e Estados Unidos de 2025, o Brasil alcançou um raro ponto de alívio: apesar de Donald Trump ter anunciado uma tarifa adicional de 40 pontos percentuais sobre a já existente taxa de 10 %, totalizando 50 % sobre os produtos brasileiros, vários produtos estratégicos foram excluídos da medida, além do adiamento do início da cobrança para 6 de agosto, que foi interpretado como uma vitória diplomática por Brasília.
O governo dos EUA justificou as excludentes com base em considerações industriais e logísticas. Entre os itens que ficaram de fora estão: castanha-do-brasil, suco e polpa de laranja, fertilizantes, aeronaves e artigos de aeronaves civis não militares, produtos de ferro, aço, alumínio e cobre, madeira, celulose, metais e minerais como silício, ferro-gusa, alumina, estanho, diversos tipos de carvão, gás natural, petróleo e derivados, veículos, entre outros.
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A isenção de aeronaves favorece diretamente a Embraer, gigante brasileira no setor aeroespacial, enquanto a suspensão da tarifa sobre suco de laranja acalma produtores ameaçados com perda de mercados — já que os EUA importam cerca de 60 % do seu suco dos EUA do Brasil. Também foram beneficiadas indústrias de celulose e fertilizantes, que abastecem importantes nichos de exportação nacional.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repudiou publicamente a tarifa, chamando-a de chantagem inaceitável e reafirmando a soberania nacional: “Não somos tutelados por ninguém”, declarou. O Brasil já demonstrou interesse em acionar mecanismos de retaliação via Lei de Reciprocidade Comercial, prevendo tarifas equivalentes sobre produtos dos EUA caso não haja reversão ou acordo.
A exclusão de certos itens estratégicos também foi celebrada por parte do setor empresarial brasileiro como um alívio, embora o cenário geral continue tenso. Setores de café, carne bovina e suco enfrentam riscos, enquanto empresas como Embraer e a indústria de celulose e produtos agrícola mantêm parte do mercado americano protegido.
Ao excluir produtos-chave, Trump ofereceu ao Brasil uma abertura diplomática que pode ser explorada com mediação e diálogo, ao mesmo tempo em que mantém uma retórica agressiva sobre políticas brasileiras internas e o processo judicial contra o ex‑presidente Bolsonaro, que ele descreveu como uma “caça às bruxas”.
Apesar de o impacto econômico seguir sendo grave na maior parte dos setores, a isenção parcial fortalece a narrativa brasileira de resistência e habilidade diplomática diante de medidas comerciais extremas.
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