Mianmar: Onde fica e por que enfrenta tantos casos de tráfico humano?
Ator de doramas foi resgatado após ser vítima de tráfico humano em Mianmar, que chama atenção com casos frequentes
O ator de doramas Wang Xing, resgatado em Mianmar após passar três dias desaparecido, é mais uma vítima do crescente problema do tráfico humano no país. Atraído por uma falsa proposta de trabalho, ele foi levado à força e só foi encontrado após intensas buscas. Infelizmente, seu caso não é isolado e entra para uma lista de denúncias no país.
No final do ano passado, os brasileiros Phelipe Ferreira e Luckas Viana também denunciaram serem vítimas de tráfico humano no país do sudeste asiático, que faz fronteira com India, China, Tailandia e Bangladesh. Com casos cada vez mais frequentes, Mianmar tem se tornado um ponto de atenção devido à gravidade da situação.
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Casos começam com propostas de trabalho:
Tanto os brasileiros quanto o ator chinês relataram o mesmo padrão de exploração: todos foram atraídos por falsas propostas. Enquanto Xing acreditava que faria um teste para um papel, Viana e Ferreira receberam ofertas de emprego. No entanto, ao chegarem ao local, descobriram que seriam forçados a trabalhar em condições análogas à escravidão.
Em muitos casos, as vítimas têm seus documentos retidos e são obrigadas a trabalhar em “fábricas de golpes”, onde aplicam crimes através das redes sociais. Passam longas horas em frente ao computador e em condições precárias. Embora tenham acesso à internet e consigam pedir socorro, o resgate é dificultado.
Dificuldades para deixar o país:
A instabilidade política, a subnotificação dos casos e a falta de investigações agravam ainda mais a situação. Autoridades americanas apontam que, em alguns casos, até o próprio governo estaria utilizando mão de obra traficada. Além disso, mesmo após as denúncias e investigação da embaixada, os brasileiros continuam presos, evidenciando a falta de preocupação das autoridades asiáticas.
Ao UOL, o pai de Phelipe questionou: “Esse ator famoso da China estava na mesma região onde o Phelipe e o Luckas estão desde o fim do ano passado. Ele chegou lá no último fim de semana e já foi resgatado. Ou seja, as autoridades sabiam onde ele estava. Então, por que ainda não resgatam meu filho, o Luckas e os outros jovens que estão sofrendo lá?”, disse.
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