Saiba por que o Maníaco do Parque pode ser solto em 2028, mesmo condenado a 280 anos
Atualmente, Francisco cumpre pena na penitenciária de Iaras, em São Paulo, onde passa a maior parte do tempo em isolamento
A notícia de que Francisco de Assis Pereira, de 56 anos, conhecido como Maníaco do Parque, pode ter a liberdade concedida e deixar a prisão em agosto de 2028, mesmo tendo sindo condenado a mais de 280 anos de detenção, causou espanto a muitos internautas, incluindo a mãe do próprio assassino. Entenda o por que o serial killer pode ser solto em breve.
Francisco de Assis Pereira, condenado em 1998 a mais de 280 anos de prisão, foi preso em 4 de agosto daquele ano. Confesso pelo assassinato de 11 mulheres, ele responde a acusações de homicídio qualificado, estupro, ocultação de cadáver e atentado violento ao pudor, sendo responsabilizado formalmente por sete dessas mortes.
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Apesar da sentença extensa, o Código Penal brasileiro limita o tempo máximo de cumprimento da pena. Na época de sua condenação, a legislação brasileira estipulava um limite de 30 anos para a prisão, independentemente do total da pena. Em 2019, uma mudança no artigo 75 do Código Penal elevou esse limite para 40 anos, mas a nova regra aplica-se apenas a crimes cometidos após a entrada em vigor da lei, em 2020, sem efeito retroativo. Isso abre a possibilidade de Francisco deixar a prisão em agosto de 2028.
Antes de ser libertado, ele passará por avaliações psicológicas. Caso considerado inapto para o convívio social, um juiz poderá ordenar a continuidade de sua detenção.
A possível libertação de Francisco enfrenta críticas, especialmente de pessoas ligadas ao caso. O promotor Edilson Mougenot Bonfim, que atuou em sua acusação, acredita que ele representa uma ameaça e pode voltar a cometer crimes caso seja solto. “Francisco é psicopata. Não existe, na medicina mundial, remédio, tratamento ou cirurgia que possa curá-lo”, declarou Bonfim ao jornal O Globo.
Atualmente, Francisco cumpre pena na penitenciária de Iaras, em São Paulo, onde passa a maior parte do tempo em isolamento. Ele dedica algumas horas do dia a fazer bordados em tricô e crochê e costuma andar com uma Bíblia. Funcionários da penitenciária relataram que ele frequenta cultos evangélicos realizados semanalmente na unidade.
Entenda o caso
A Polícia Civil somou, ao todo, 23 ataques do criminoso no Parque do Estado, em São Paulo. O local foi o escolhido por Francisco para praticar os crimes na época em que trabalhava como motoboy e fingia ser um “caçador de talentos”. Seu modus operandi consistia em convidar mulheres para tirar fotos que, segundo dizia, seriam usadas em um catálogo de cosméticos. Com isso, ele atraía as vítimas para uma área de mata no parque e praticava os crimes. Algumas delas conseguiram escapar da morte, segundo as investigações.
Corpos de algumas vítimas tinham marcas de mordidas nos seios. A prática, ainda de acordo com os investigadores, seria uma fixação do assassino, que foi preso na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina.
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