Como se referir a um bebê intersexo? Buba fará explicação em Renascer
Remake vai dar mais atenção e explicação sobre os casos de crianças intersexo
Através de Buba (Gabriela Medeiros) e José Inocêncio (Marcos Palmeira), o autor de Renascer promete explicar tudo relacionado a uma criança intersexo. Em 1993, a Buba de Maria Luísa Mendonça tinha essa condição biológica e pouco foi falado sobre o assunto. No remake, Bruno Luperi quer reparar o erro do avô Benedito Ruy Barbosa, que não explorou o tema da maneira devida.
Nesta nova versão, Buba é uma mulher transexual e o bebê de Teca (Lívia Silva) é quem será intersexo como a personagem vivida por Maria Luísa Mendonça. Desta forma, ela e o fazendeiro terão alguns diálogos com o propósito de fazer o telespectador entender a intersexualidade, condição que, de acordo com estimativas do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), atinge cerca de 0,5 a 1,7% da população mundial.
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O autor Bruno Luperi usará a falta de conhecimento de José Inocêncio para responder às perguntas que os telespectadores da novela das nove da Globo estarão se fazendo quando a trama for ao ar. Inocêncio não saberá dizer, por exemplo, se o ideal é se referir a Cacau (nome neutro escolhido por Teca) como neto ou neta. “Chame apenas de Cacau”, dirá. Ele insistirá: “Do Cacau ou da Cacau?”.
Buba explicará: “Dê preferência ao gênero neutro sempre que possível e evite marcadores de gênero, pelo menos até Cacau começar a se manifestar de acordo com um gênero ou o outro… Com ambos ou com nenhum”.
A psicóloga contará ainda que o ideal é que a criança que nasce com genitália ambígua tenha escrito na sua certidão de nascimento que tem o “sexo ignorado”. Inocêncio não entenderá e Buba avisará que não existe uma regra ou norma: “Se nem a gramática está preparada para acolher pessoas intersexo, imagine o senhor?”.
O personagem de Marcos Palmeira falará que não quer errar e Buba avisará que o mais importante é querer sempre aprender sobre o assunto. “Não caberá a nós determinarmos com qual gênero Cacau vai se sentir confortável. Mas devemos estar atentos aos sinais à medida que eles vierem… Pra tentar tornar esse processo o mais natural e o menos doloroso possível”, explicará ela.
Inocêncio aproveitará para perguntar como foi a transição dela e ela dirá que foi um processo bem traumático: “Mas nem tudo o que passei se aplica ao caso de Cacau. Eu nasci em um gênero que não era o meu… Foi duro até eu entender isso, e uma batalha ainda maior fazer as pessoas ao redor entenderem… Ou pelo menos respeitarem isso também”.
Ele também perguntará se o que Cacau tem é uma anomalia e ela explicará que não de uma maneira bem paciente: “É uma condição biológica. Que faz com que Cacau não seja como a maioria das pessoas… Mas nem por isso é uma anomalia ou uma doença”.
É Buba, aliás, quem vai ensinar a Teca que o ideal é escolher um nome neutro para o recém-nascido. “Não faz sentido lutar para registrar essa criança intersexo como gênero ignorado e darmos um nome do sexo masculino…”, argumentará. Buba chegará a sugerir nomes como Sasha, Dominique, Cris, Duda, Sam e Teca decidirá batizar seu filho de Cacau.
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