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Filho de Teca nascerá com duas genitálias em Renascer: bebê será intersexo

A nova versão de Renascer voltará a debater o tema de forma diferente

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          O filho de Teca (Livia Silva) em Renascer será um bebê intersexo, mesma condição sexual que Buba (Maria Luísa Mendonça) tinha na primeira versão da novela. Em 1993, no entanto, o termo usado era hermafrodita, palavra que não é mais usada atualmente para designar as crianças que nascem com duas genitálias.

          Apesar de ter transformado a Buba (Gabriela Medeiros) desta versão em uma mulher transexual, o autor Bruno Luperi não desistiu de falar sobre o tema que despertou tanta curiosidade há 31 anos. Através do bebê de Teca, o novelista falará sobre a forma mais adequada de se lidar com uma criança que nasce com os dois sexos e desmistificará alguns mistérios que não foram discutidos em 1993.

          Veja as fotos

          José Inocêncio (Marcos Palmeira) e Buba (Gabriela Medeiros) em Renascer (Reprodução/Globo/Montagem)
          Novela Renascer da GloboJosé Inocêncio (Marcos Palmeira) e Buba (Gabriela Medeiros) em Renascer (Reprodução/Globo/Montagem)
          Foto: Reprodução
          Buba e Augusto em RenascerFoto: Reprodução
          Teca (Lívia Silva) terá visões assustadoras sobre passado
          Teca (Lívia Silva) terá visões assustadoras sobre passado
          Reprodução: TV Globo
          Reprodução: TV Globo

          Assim que o bebê nascer, Augusto (Renan Monteiro) perceberá que ele tem a genitália ambígua e explicará que se trata de um bebê intersexo e que tudo indica que seja uma criança inter sexo. Em seguida, ele e Buba levarão o recém-nascido a um médico especialista que confirmará as suspeitas do colega. 

          “Antigamente chamaríamos de hermafroditismo… hoje em dia chamamos de intersexo, que é um conceito mais amplo e que engloba o hermafroditismo e também outras questões…”, explicará o médico sobre a mudança no termo usado em 1993 para o usual agora.

          O profissional vai orientar Buba, Augusto e Teca a definirem logo o sexo da criança e marcarem a cirurgia o mais rápido possível. A psicóloga ficará horrorizada. “Acho que podemos ir agilizando as questões… de ordem mais burocráticas… Vocês precisam definir se a criança vai ser um menino ou menina”, dirá ele. “Como assim a gente vai definir o que essa criança vai ser?”, perguntará Buba.

          “Pra que eu já possa emitir a certidão no gênero certo é melhor tomarmos uma decisão… quem sabe já marcamos a cirurgia”, continuará. “Gênero certo?! Pode registrar como sexo ignorado, por favor!”, falará Buba. “Olhe, dona… eu respeito a posição de vocês. Até porque é uma decisão da família… mas, enquanto profissional, sugiro designarmos como sexo feminino desde já. É como diz um cirurgião amigo meu: é mais fácil cavar um buraco que levantar um poste!”, falará ele, fazendo piada.

          Buba se revoltará e discursará: “Não estamos aqui atrás do mais fácil, estamos atrás do melhor pra essa criança! E o melhor é preservarmos o direito dela exercer o gênero dela naturalmente e, caso uma intervenção se mostrar necessária e quando se mostrar necessária, vamos pensar sobre o assunto! Até lá faremos tudo no tempo dela”.

          Ele debochará e Buba seguirá falando: “Algum dia na sua vida o senhor já chegou a considerar ‘cavar um buraco’ ou ‘erguer um poste’ no senhor mesmo? Por que eu já! O senhor não está falando com uma leiga, o senhor está falando com uma mulher trans, que pode não ter experiência clínica, mas sabe o que é a vida de uma pessoa antes e depois dela entrar numa sala de cirurgia! Por isso eu digo que tudo, absolutamente tudo, será feito no tempo dessa criança. Ainda que a gente tenha que sair daqui sem uma certidão de nascimento! Até porque, nem nome ela tem! Mas uma coisa ela vai ter, doutor: a escolha! E todo o apoio que ela precisar”.

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