Bate-boca entre Xakriabá e Kataguiri paralisa sessão e exige ação da Polícia Legislativa
Debate sobre licenciamento ambiental descamba para troca de provocações entre parlamentares e clima tenso em plenário
A madrugada desta quinta-feira (17/7) no plenário da Câmara dos Deputados foi marcada por um confronto acalorado entre os parlamentares Célia Xakriabá (PSol) e Kim Kataguiri (União), durante a votação do projeto que altera as regras de licenciamento ambiental. A troca de provocações, que incluiu acusações de racismo e críticas simbólicas, rapidamente ganhou força e acabou exigindo a presença da Polícia Legislativa para conter os ânimos exaltados entre os deputados.
Tudo começou quando Xakriabá, ao criticar o projeto em plenário, se referiu ao colega como “deputado estrangeiro”. Kataguiri rebateu em tom sarcástico: “Estrangeiro é aquele ali próximo de onde estão os meus ancestrais: o pavão, que é um animal da Ásia, não tem nada a ver com tribo indígena do Brasil. Tem gente que parece que gosta de fazer cosplay”, disse ele se referindo ao cocar de penas de pavão usado pela deputada indígena.
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Xakriabá respondeu acusando o parlamentar de racismo e classificando o episódio como “um caso de racismo televisionado”. Durante o bate-boca, ela ainda o chamou de “deputado reborn”.
Com a troca de provocações ganhando força, deputados de diferentes bancadas entraram na discussão, tornando o clima ainda mais hostil. O presidente da sessão, Hugo Motta (Republicanos), acionou a Polícia Legislativa para conter a confusão. Mesmo com a presença dos agentes, os gritos e discussões persistiram por alguns minutos.
Após o tumulto, Célia Xakriabá foi retirada do plenário por assessores, chorando, e levada ao café da Câmara. Kim Kataguiri permaneceu no local.
Em nota, a assessoria da deputada afirmou que ela está “em choque com os ataques sofridos” e que, por ora, não comentará o episódio. Já Kataguiri declarou que não vê motivo para desculpas e afirmou que “isso não passa de vitimismo de quem quis se colocar como dona de uma discussão sobre licenciamento ambiental”.
O presidente Hugo Motta prometeu apurar o caso e reforçou que não aceitará atitudes desrespeitosas entre parlamentares enquanto estiver no comando da Casa.
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