Flávio Bolsonaro se manifesta sobre a prisão do pai e diz que Moraes quer se “vingar” do ex-presidente
Senador e filho “número 1” de Jair Messias Bolsonaro foi mencionado por apoiar ações para deslegitimar o resultado eleitoral e enfraquecer instituições democráticas
Após a decretação da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro pelo ministro Alexandre de Moraes, o senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ) afirmou na noite desta segunda-feira (4/8) em entrevista à CNN Brasil, que a decisão representa “mais um capítulo triste da história do Brasil” e acusou o magistrado de agir movido por “vingança pessoal”. Segundo ele, o país vive “oficialmente uma ditadura”, na qual uma única autoridade determina a prisão de um ex-presidente que, em suas palavras, é “honesto e correto”.
“É uma pessoa honesta, correta, que ao longo de toda a perseguição que ele vem sofrendo nesse processo que é de fachada, um jogo de cartas marcadas”, declarou o senador. Para ele, Moraes teria se aproveitado do cargo de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para influenciar o resultado das eleições de 2022. “Missão dada é missão cumprida”, ironizou Flávio, ao acusar o ministro de ter atuado contra Bolsonaro no pleito.
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O filho do ex-presidente ainda relacionou a decisão judicial às sanções da Lei Magnitsky, impostas pelos Estados Unidos a Alexandre de Moraes, e a uma suposta reação às manifestações de apoio a Bolsonaro, que teriam levado “mais de 1 milhão de pessoas às ruas”. “Ele está concretizando mais um desejo seu, mais uma satisfação pessoal sua de colocar em prisão domiciliar a maior referência de todos nós na política no Brasil hoje, numa clara demonstração de vingança”, afirmou.
Flávio Bolsonaro também criticou a atuação do STF por, segundo ele, permitir que Moraes concentrasse poderes em excesso. “Ele instaura de ofício um novo procedimento, sem ouvir Ministério Público e sem provocação de ninguém. […] Ele, com os superpoderes que foram adquiridos ao longo do tempo e não houve uma autocontenção aos seus arroubos autoritários, ele não poderia ser o juiz de uma causa em que acusa o deputado exilado Eduardo Bolsonaro de buscar sanções contra ele próprio e está sentado conduzindo um processo como esse”, disse. O senador argumentou que tal conduta configura crime de responsabilidade, conforme a Lei 1.079, que trata dos crimes passíveis de Impeachment.
O parlamentar contestou ainda qualquer alegação de que tenha descumprido ordens judiciais, ressaltando que não é parte no processo. “É por causa dessa aberração jurídica de ele estender os efeitos de um processo à terceiros é que ele trouxe os EUA para dentro do Brasil”, afirmou, referindo-se a medidas que, segundo ele, afetam empresas americanas.
Flávio também fez um apelo público ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), questionando: “Meu presidente, o que o senhor vai fazer diante disso?”.
O senador reforçou também o discurso de resistência: “Eu quero que as pessoas entendam, em especial Alexandre de Moraes: Vocês não vão destruir o bolsonarismo. Vocês não viram as imagens do dia de ontem, como o povo brasileiro está ao lado de Bolsonaro? Uma coisa que falo desde o início desse processo: quanto mais perseguirem Bolsonaro, mais a população se sensibiliza com aquele que é perseguido injustamente”, disse, fazendo referência às manifestações realizadas em todo o Brasil neste último domingo (3/8) a favor do ex-presidente.
O senador Flávio Bolsonaro também foi citado na decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Segundo a Polícia Federal, Flávio teria atuado na articulação de apoio internacional ao pai, após as eleições de 2022, para reforçar a narrativa de fraude no pleito. A decisão do STF menciona trocas de mensagens entre ele e aliados, indicando envolvimento em estratégias para deslegitimar o resultado eleitoral e pressionar as instituições democráticas. Porém, até o momento, Flávio não é alvo direto de mandado de prisão nem de medidas cautelares no inquérito.
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