Haddad acusa bolsonaristas de travar diálogo com EUA sobre tarifaço: “Saiam do caminho”
Ministro da Fazenda afirma que atuação da família Bolsonaro nos Estados Unidos estaria prejudicando negociações contra sobretaxa de 50% imposta por Trump
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), atribuiu nesta quinta-feira (24/7) à atuação da família Bolsonaro nos Estados Unidos o que chamou de “obstrução” no canal de diálogo entre os governos brasileiro e norte-americano. A declaração foi dada durante entrevista ao programa “Chamada Geral”, da Rádio Itatiaia.
Segundo Haddad, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estariam atuando diretamente para dificultar as tratativas sobre a sobretaxa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump sobre exportações brasileiras. A medida, anunciada no início de julho, entra em vigor no próximo dia 1º de agosto e afeta principalmente o Brasil, dentro de um pacote mais amplo de ações protecionistas do governo norte-americano.
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“Estão bloqueando a interlocução. Saiam do caminho, não impeçam a negociação”, declarou o ministro ao mencionar a atuação do clã Bolsonaro nos bastidores políticos dos EUA. Os ex-integrantes do governo Bolsonaro vêm pressionando a Casa Branca por sanções contra o ministro Alexandre de Moraes e contra o atual governo federal.
Desde o anúncio do tarifaço, o Ministério da Fazenda tem buscado soluções com as autoridades norte-americanas na tentativa de reverter ou ao menos mitigar os impactos da medida sobre a economia nacional. Haddad classificou como “sabotagem” o uso da pauta comercial para fins eleitorais e disse que parte da população já percebe essa movimentação.
“É muito grave utilizar uma crise econômica real como ferramenta de desgaste político. Não é o governo que está sendo prejudicado, é o país inteiro”, afirmou o ministro, que evitou citar nomes diretamente, mas reiterou a existência de articulações que, segundo ele, têm impedido avanços nas negociações diplomáticas.
A sobretaxa anunciada por Trump recai sobre diversos produtos brasileiros, em especial do agronegócio e da indústria de base, setores que podem ter impacto direto na balança comercial nos próximos meses. O governo brasileiro avalia, inclusive, recorrer a organismos internacionais caso as conversas com Washington não avancem.
Haddad finalizou dizendo que segue aberto ao diálogo e confia na capacidade diplomática do país para buscar uma solução, mas reforçou o apelo a opositores para que “não atuem contra os interesses nacionais em busca de dividendos políticos”.
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