Hugo Motta deve escolher relator da CPI do INSS fora das indicações feitas pelo PL
Presidente da Câmara quer indicar alguém de confiança para comandar a investigação; PL tenta garantir espaço com deputados aliados

A formação da CPI do INSS, que vai investigar possíveis fraudes em descontos feitos nas aposentadorias e benefícios do INSS, já começa com disputas. Um dos cargos mais importantes da comissão, o de relator, responsável por organizar os trabalhos e apresentar o relatório final, deve ficar com um nome de confiança do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos).
Essa escolha deve frustrar os planos do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que queria indicar um parlamentar alinhado com a oposição. O partido chegou a sugerir nomes como os deputados Mendonça Filho (União Brasil) e Evair de Melo (PP), mas as chances deles assumirem a relatoria são pequenas.
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Segundo o senador Ciro Nogueira (PP), aliado do ex-presidente Bolsonaro, Hugo Motta está em busca de um nome de centro, que não seja radical nem da esquerda, nem da direita. O foco seria alguém com equilíbrio para conduzir a CPI de forma técnica.
Na prática, o relator tem um papel-chave dentro da CPI. Ele é quem define os pedidos de informação, convocações e, no fim, redige o relatório com as conclusões da investigação. Ou seja, quem ocupa esse cargo pode influenciar bastante o rumo das apurações.
PL disputa espaço na comissão
Mesmo sem a relatoria, o PL ainda tenta garantir força dentro da comissão. Pela divisão das vagas, o partido terá direito a três cadeiras de titular e três de suplente na CPI da Câmara, uma dessas suplências será cedida ao Partido Novo.
Segundo o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, já são 11 parlamentares do partido disputando as seis vagas disponíveis. Entre os nomes cotados estão Bia Kicis, Coronel Fernanda, Daniela Reinehr, Zé Trovão, Coronel Chrisóstomo, André Fernandes e Nikolas Ferreira, todos com atuação forte na oposição ao governo Lula.
A presidência da CPI
Enquanto a relatoria será indicada pela Câmara, a presidência da CPI ficará com o Senado. O senador Davi Alcolumbre (União Brasil), que comanda o Congresso, já trabalha para que o senador Omar Aziz (PSD) assuma o posto. Omar é visto como próximo do governo federal.
Outros partidos também definem seus representantes
Na federação PT-PCdoB-PV, o deputado Paulo Pimenta (PT), que até pouco tempo ocupava o cargo de ministro da Comunicação do governo Lula, será um dos titulares. A outra vaga titular ainda está indefinida, mas o deputado Rogério Correia (PT) demonstrou interesse. Orlando Silva (PCdoB) será suplente.
O único nome certo por enquanto é o de Paulo Pimenta. Ele tem experiência e sabe enfrentar debates duros, disse o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias.
Mesmo partidos da base do governo indicaram representantes com perfil mais crítico. O PSD, por exemplo, indicou os deputados Sidney Leite, autor de um projeto contra descontos automáticos nos benefícios do INSS, e Carlos Sampaio, que será suplente.
Já o PP confirmou os senadores Esperidião Amin e Luiz Carlos Heinze como seus representantes no Senado. Ambos são conhecidos por posições mais duras contra o governo.
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