Líder do PT critica vitimização de aliados e diz que bolsonarismo cometeu “traição nacional”
Líder do PT na Câmara defende que decisão de Moraes expõe plano golpista e uso de apoio estrangeiro para obstruir investigações

O líder do PT na Câmara, deputado federal Lindbergh Farias (PT/RJ), reagiu à decisão do ministro Alexandre de Moraes que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que a medida é apenas o início do que considera ser a responsabilização definitiva por um plano golpista articulado pela cúpula bolsonarista.
Em entrevista à CNN Brasil, Lindbergh declarou que só haverá justiça plena quando Bolsonaro for condenado em caráter definitivo e cumprir pena em regime fechado. “Vamos ficar felizes mesmo quando tiver o julgamento definitivo do Bolsonaro e tiver prisão não domiciliar, porque ficará provado que houve uma trama de golpe de Estado no Brasil. Tinha um plano de assassinato do Lula, de Alexandre de Moraes, de Alckmin. Eu vi o discurso do senador Flávio Bolsonaro, estão querendo se passar por vítimas”, disse o parlamentar, destacando trechos do inquérito em andamento no STF.
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Segundo Lindbergh, o grupo político de Bolsonaro tentou manipular a opinião pública ao se vitimizar. O petista criticou o discurso do senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ), que classificou a prisão como uma vingança pessoal de Moraes, e afirmou que os aliados do ex-presidente serão desmascarados no julgamento. Para ele, as investigações demonstram uma ação coordenada e não isolada, e a tentativa de afastar Bolsonaro das responsabilidades seria uma manobra para confundir a população.
O deputado também chamou atenção para um ponto destacado na decisão de Moraes: o uso de articulações com potências estrangeiras, como os Estados Unidos, para tentar pressionar instituições brasileiras e interferir nas investigações. A Polícia Federal identificou movimentações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL/SP) em fóruns internacionais, inclusive com discursos pedindo sanções contra autoridades brasileiras com base na Lei Magnitsky, que pune violações de direitos humanos. Para Lindbergh, esse tipo de ação constitui “traição nacional” e compromete interesses estratégicos do país. “Eles estão utilizando para livrar o Bolsonaro uma potência estrangeira e está ameaçando todo o Brasil. Está aqui na decisão de hoje. O que os senhores estão fazendo é um crime contra o Brasil. Contra as empresas, empregos. Chantageando claramente!”, acusou.
A decisão de Moraes aponta que Jair Bolsonaro teria liderado um grupo que atuou para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, inclusive com esboço de decreto de golpe de Estado, tentativa de mobilizar as Forças Armadas e articulações internacionais para sustentar a falsa narrativa de fraude nas urnas. A operação Tempus Veritatis, da PF, investiga o núcleo político, militar e civil que teria atuado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022.
Para Lindbergh, a gravidade do caso supera precedentes na história democrática do país. “Estão fazendo isso para obstruir o julgamento; o nome disso é crime. Coação no curso do processo. Na história do Brasil, nunca houve um agrupamento político como essa turma do Bolsonaro”, afirmou. Ele ainda cobrou que o Supremo Tribunal Federal mantenha a firmeza nas decisões e que os responsáveis sejam punidos com o rigor da lei.
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